Medo

No tempo de vida você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma com seu medo de amar

- Você não se cansou de tentar destruir minha noite?

- Olha eu nunca devia ter te abandonado, soube que tomei a decisão errada assim que seu avião decolou sem mim... me destraí o verão todo esperando não sentir isso, mas...ainda sinto.

Mas descobrir-se apaixonado é um marco eterno, dominante,

que encara a tempestade com bravura:

- E?

E de almas sinceras a união sinceras, não há nada que impeça o amor:

- Eu estava com medo, como medo de que se passassemos o verão juntos, só nós, você veria ...

- O quê?

- Eu, por favor não vá com ele de novo

- Porquê?

O amor não teme o tempo, não se transforma de hora em hora

- Dê-me um motivo, e dizer que você é você não conta

- Porque você não quer

- Não é o sificiente

Prepara-nos para guerras que achamos que não somos capazes de enfrentar....Davi e Golias.

- Porque eu tambem não quero

- não é o sificiente

- o que mais é então?

Mas sempre há algo que protege esse Golias, que pode fazer Davi perder...

- O verdadeiro motivo pelo qual eu deveria ficar onde estou e não entrar no carro. Três palavras. Nove letras. Diga e eu sou sua.

E se não tivermos coragem de perfurar esta armadura do nosso inimigo...

- Eu...eu.

Melhor nem prepararmos para a guerra.

- Obrigado...isso é tudo que eu precisava ouvir.

O medo de amar, mesmo que por um dia, escraviza-nos e não há princesa Isabel que nos liberte.

Ela suspira antes de soltar com firça um sorriso, entra no carro e segue.

Eduardo Magalhães
Enviado por Eduardo Magalhães em 21/01/2011
Código do texto: T2743045