APOLO E JACINTO: UM CASO DE AMOR

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Recontando a Mitologia

 

Apolo - deus do Sol, filho de Zeus e da ninfa Leto, irmão de Artemis (Diana) deusa da caça - apaixonou-se por um jovem mortal chamado Jacinto. É verdade! Como isso aconteceu? Bem... o que eu sei é que:

Jacinto era um jovem de rara beleza e muito apreciado pelos deuses do Olimpo. Segundo a lenda, ele nasceu em Esparta, fruto da união de Clio, uma das musas, e de um mortal. Além de belo, Jacinto também era musculoso e forte, predicados que chamaram a atenção de Apolo. Apaixonado pelo jovem, o seguia aonde quer que ele fosse.

Entretanto, Jacinto também era cortejado pelo poeta Tamires e por Zéfiro (o vento oeste), que o conhecera antes do deus do Sol. Podiam, eles se colocaram contra Apolo? Tamires acreditava que sim. Então, para se livrar do poeta, Apolo diz às musas que o poeta se gabava de cantar melhor do que elas. As musas, iradas e vingativas, lhe retiraram a voz, a visão e a memória. Foi o fim de Tamires. Zéfiro, que muito bem conhecia os poderes de Apolo, permaneceu contrariado. Porém, um ódio surdo crescia em sua alma, despertando-lhe a vingança.

Aconteceu, pois, que num belo dia, quando os amantes se divertiam com um jogo - Jacinto se distinguia em todos os esportes –, Apolo lançou o disco de tal maneira que Jacinto, entusiasmado com o lançamento, correu adiante para pegá-lo e ao mesmo tempo medir a distância percorrida pelo disco. Era a oportunidade que Zéfiro - amargurado pela preferência de Jacinto por Apolo - aguardava. O Vento Oeste, escondido em meio à folhagem de uma árvore, agarrou o disco em pleno voo, e lançou-o contra o crânio¹ de Jacinto, que caiu morto no mesmo instante. Apolo, cheio de profundo e íntimo desespero, correu até ele, levantou-o nos braços, mas a cabeça do jovem sem vida tombou sobre os ombros do deus do Sol. Eis a crueza medonha da morte. Eis o choque. Apolo era a própria imagem da tristeza infinita e do desespero inenarrável. O que era desejo se trocou subitamente em dor.

Sentindo-se o único culpado pela morte de Jacinto, Apolo jura que ele viverá para sempre na sua lira como uma flor que renascerá em cada primavera. Dito e feito, no mesmo instante que o sangue de Jacinto chegou ao chão, se transformou numa flor do mais belo colorido; muito semelhante ao lírio, porém, roxa: a flor do Jacinto que renasce toda Primavera, relembrando o destino do jovem. ®Sérgio.

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1 – Em outra versão, Zéfiro não é responsável pela morte de Jacinto. Apolo atingiu-o sem querer.

NOTAS: 1 - Afirmam estudiosos e pesquisadores, que a flor mitológica, não tem nada a ver com a flor do jacinto que conhecemos; a do mito, dizem, talvez se trate de alguma espécie de íris, de esporinha ou de amor-perfeito. 2 - Wolfgang Amadeus Mozart compôs, em referência a esse mito, a ópera (em latim) Apollo et Hyacinthus seu Hyacinthi metamorphosis (Apolo e Jacinto ou metamorfose de Jacinto) baseado no texto de R. Widl. Estreou em 13 de maio de 1767 na Aula Magna da Universidade de Salzburgo.

Ajudou na elaboração deste texto: Bulfinch, Thomas, O Livro de Ouro da Mitologia: Histórias de Deuses e Heróis, 26. Ed., Rio de Janeiro, 2002, Ediouro.

Imagem: A Morte de Jacinto, 1801, óleo sobre tela de Jean Broc (1771-1850).

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Agradeço a leitura e, antecipadamente, qualquer comentário. Volte Sempre!

Ricardo Sérgio
Enviado por Ricardo Sérgio em 04/01/2011
Reeditado em 25/08/2012
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