Asas sobre cinzas

Daqui posso ver o mundo tão pequeno abaixo.Estou tão alto e o medo toma conta de mim,mas imensidão e a calmaria das nuvens me tranquilizam.É tão bom dormir olhando o céu e as estrelas bem de perto.

Mas me sinto tão sozinho em meio a essa imensidão azul,observando la embaixo milhões de corações baterem,enquanto o chão rachava e as pessoinhas nem notavam,muitas delas caiam no desfiladeiro,mas nem por isso as outras paravam de andar.

Estou a salvo daqui,mas logo o amor acabará e minhas asas não resistirão então como nos meus pesadelos,irei despencar.Deveria gritar e chorar,ou apenas fechar os olhos e relaxar,desfrutando dos poucos segundos até o inevitável,enquanto minhas penas ficam pelo caminho.Entao logo estaria junto aquelas pessoinhas,talvez eu me junte a elas,ou talvez eu caia no buraco escuro e profundo quando chegar la embaixo.Mas espero ansiosamente até isso acontecer,fugir da solidão que recobre meu pequeno corpo.Mas sentirei minha falta,sentirei falta das estrelas que visitara quando tinha insônia,falta de ver o sol mergulhando no mar no fim de tarde,ou de senti-lo aquecer meu corpo pela manhã,falta dos pássaros que me visitavam as vezes,ou de me debruçar e relaxar nas nuvens macias e confortáveis.

Agora só podia esperar e desfrutar cada segundo que me restava até a falência de meus membros insignificantes,comparados a imensidão e a beleza do universo a minha volta.Mas antes disso,gostaria de conhecer aqueles seres egoístas e individualistas a quem observo.Estou tão distante ,queria que me notassem e que me amassem tanto quanto eu a eles.

Raul Nini
Enviado por Raul Nini em 11/11/2010
Reeditado em 11/11/2010
Código do texto: T2610222