BREVE RELATO DE UMA REALIDADE

- Eu te amo!

- É.

- Te amo mesmo, muito mesmo.

- É.

- Você me ama?

- Eu?

- É. Quem mais poderia...

- Eu gosto muito de você, você é muito especial para mim.

- Você é especial para mim também... Te amo! Te amo! Te amo!

Beijos.

- Meu Deus! Como sou feliz quando estou com você, você é minha alma gêmea, minha outra metade, nós nascemos um para o outro.

- Você acha isso?

- Claro. E você o que você acha?

- Eu... Eu acho... Eu acho que deveríamos aproveitar esse tempo sozinhos e namorar, nos curtir um pouco, o que você acha?

- Safadinho... Me dá um beijo...Humm...Gostoso...Eu quero um forte, um beijo apaixonado...Humm...Não, não pode...Nãooo...Tira essa mão daí...Ainda não, nós já conversamos sobre isso, ainda não é a hora, mas me beija vai.

Beijos.

- Hoje eu sou a mulher mais feliz do mundo.

- Foi bom?

- Maravilhoso!!!

- Pra mim também foi muito bom.

- Foi mesmo?

- Claro que foi.

- Você não está mentindo só para me agradar?

- Você acha que eu mentiria para você? Se você não confia em mim como pode dizer que me ama? Acho que você nem sabe o que é isso. Amor, se você soubesse o significado dessa palavra saberia que eu não estou mentindo para você.

- Calma amor! Calma! Desculpa eu não queria te magoar é essa minha insegurança, você sabe, eu nunca tinha...A primeira vez é muito difícil, tente me compreender, não disse isso por mal. Desculpa. Me desculpa vai...

- Ta bom, ta bom, acho que eu fui muito radical, me desculpe também.

Abraços, beijos.

- Eu te amo. Você me desculpou?

- Claro. E você, você perdoou o seu amorzinho?

- Claro que perdoei. Você não quer brincar mais um pouquinho com sua noivinha?

- Noiva?

- É.

- É claro que quero.

- Então vem cá, vem.

Beijos, abraços...

Dias depois...

- Onde você se meteu todos esses dias, estou feito louca te procurando em todos os lugares.

- Estou dando um tempo.

- Um tempo de quê? De quem? De mim?

- Não, é que eu estou com uns problemas. Por favor, são problemas particulares que só dizem respeito a mim ta legal?

- Como assim? Só diz respeito a você? Somos namorados não somos? Ou melhor, somos noivos, como não posso ter nada a ver com os seus problemas?

- Noivos? Você disse que somos noivos? Por favor, não viaja, já tenho problemas suficientes.

- Como assim, não viaja? Aquele dia você disse...

- Eu disse? Você quem disse que éramos noivos.

- E você aceitou, não disse nada contra.

- Eu fui educado, se eu negasse você faria um escândalo, e eu não queria um escândalo naquele momento.

- Mentiroso, vagabundo sem vergonha. Sabe de uma coisa? Sabe porque eu te procurei tanto? Sabe? Eu estou grávida, grávida de você.

- O quê?

- Isso mesmo que você ouviu. Eu estou grávida, e você é o pai.

- Você ta louca mesmo, acha que me segura dando o golpe da barriga, só uma idiota como você pode acreditar numa coisa dessas, se liga minha filha, acorda pra vida. To fora, agora me de licença que eu preciso resolver alguns problemas.

- Você não acredita né? Pois aqui está o exame.

- Você não percebeu que eu não quero nem saber dessa porra de exame. Eu não quero nem saber, aliás, quem prova que esse filho é meu? Hem? Quem prova?

- Você sabe muito bem que você foi meu único homem, que eu me entreguei para você porque você me disse que me amava.

- Eu não sei de nada disso. Outra coisa, eu nunca disse que te amava, nunca. Agora me dá licença, pois tenho o que fazer.

- Você vai me ignorar? Ignorar o seu filho?

- Sai dessa filha. Vai procurar a sua turma. Tchau!

- Desgraçado, filho da puta.- diz chorando, pois agora está só levando consigo uma nova vida para um futuro incerto.

Quanto a ele, nunca mais foi visto pelas redondezas.

MARC SOUZ

Marc Souz
Enviado por Marc Souz em 23/08/2006
Reeditado em 23/08/2006
Código do texto: T223305
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