Desventuras de um ex-boneco de neve I
"Se existem menores abandonados, é porque existem maiores indiferentes".
(Júlio Emílio Braz, numa citação de seu livro “crianças na escuridão”)
Era uma vez, um dia de natal e um bonequinho de neve quase todo derretido, é que esse dia de natal estava meio quente, na verdade estava muito quente, pelo menos para os bonecos de neve, o que contrariava o clima do lugar, já que em dias de natal sempre fazia muito frio e caía muita neve, mas naquele dia, quisera o destino ou o acaso ou seja lá o que for, que aquele natal fosse um tanto quente.
E o pobre bonequinho estava lá caído em frente à loja onde ficava, praticamente todo derretido (se quiser saber o que aconteceu antes para ele se encontrar em tal situação, terá de ler o conto “sonho de um boneco de neve”) mas, como alguns dizem a esperança é a ultima que morre, e no momento em que ele desprendia as duas últimas lagriminhas, não por acaso o papai Noel em pessoa passou por ali.
O papai Noel vinha apressado, corria o máximo que podia, pois rechonchudo como era não podia correr muito mesmo, além disso, fazia calor e ele começava a suar por dentro de suas roupas vermelha, passou direto pelo já quase inexistente boneco de neve, por um milésimo de segundo seus olhos captaram a cena, mas ele tinha tanta pressa que essa imagem só lhe chegou ao cérebro quando já estava a alguns metros de distância, papai Noel parou de chofre, o que ele virá? Olhou para trás, se arrependendo imediatamente de fazer isso, “Ah não! Estou tão atrasado” por um breve segundo titubeou, mas o bom velhinho era de fato um bom velhinho, e mesmo com tanta pressa voltou-se em direção ao bonequinho, embora o fez reclamando.