McLanche Feliz(Família Santos)

Os Santos, novamente, curtiram seu carnaval. Haviam viajado até São Paulo para aproveitar as pequenas férias que Aurélio retirou. Depois de irem, Rita e Aurélio, ao cinema, resolveram fazer uma boquinha no shopping.

- Aqui? Você só pode estar louca. Essa lanchonete é caríssima. Com a grana que vou gastar posso comprar três sanduíches desses.

- Aurélio será que poderia falar um pouco mais baixo. Alguém pode nos reconhecer, e outra estamos de férias. Abra logo essa mão de vaca que você tem e vamos comer aqui mesmo.

Do que iria adiantar discutir com Rita, ela sempre ganhava. Foram até a fila e fizeram seus pedidos. A atendente perguntou:

- Os senhores desejam?

- Eu queria um x-tudo.

- Senhor nossas opções são pedidas por números. Temos do nº até o nº8.

- Então eu quero o número oito.

- Com mais R$ 1,00 aumentamos a batata e o refrigerante. Aceita?

- Um real? Tudo isso?

- Aurélio por favor. Sim ele aceita moça. E eu queria o mesmo, só que sem cebolas.

- Está certo, só passar no caixa. Tenham uma boa refeição.

O casal caminhou até o caixa com Aurélio imitando a atendente:

- "Tenham uma boa refeição". Ela só pode estar gozando da minha cara. Como é que teremos uma "boa refeição" com uma porcaria de sanduíche desses.

- Olá senhores. R$ 25,90.

- Minha Nossa Senhora dos Santos Ensacolados. Vocês estão cobrando quantos sanduíches?

- Não ligue para ele - disse Rita - Pague a moça logo e cale a boca.

Quando Aurélio abriu a caixinha do sanduíche levou um susto.

- Rita cadê o meu lanche?

- Como assim? Está aí, não está vendo?

- Isso daqui é o sanduíche? Isso é comida para fresco.

- Aurélio, hoje você está impossivel. Enfia logo esse lanche na boca e cale-se.

Começou a mastigar. Ainda de boca cheia ia dizendo:

- Pão de ontem, carne de minhoca, pepino azedo...

Eis que Aurélio olha a nota fiscal. Quase teve um infarto.

- Rita que negócio é esse de "convite para festa"? Que festa?

- Onde?

- Olhe aqui. Você comprou algum convite?

- Eu não pedi nada. Vai ver é para brincar ali no parquinho.

- Ótimo. Mas estou pagando R$ 1,55 por isso. Vou lá ver o que está acontecendo.

- Não Aurélio. Está tudo certo. Não mexa onde não se deve.

Aurélio nem ouviu. Foi logo reclamar do preço indevido. E foi comendo o sanduíche.

- Escuta aqui moça, que convite é esse?

- É que a sua esposa pediu um número oito sem cebola. Quando você deixa de escolher alguma coisa o valor do pedido encarece.

- Quê? Você só pode ter bebido. Como assim encarece sendo que estamos economizando malditas cebolas para vocês?

- É que temos de parar o nosso serviço para produzir o pedido especial.

- Então você quer dizer que o meu sanduíche já é velho?

- Não senhor, eu disse que...

- Não diga nada senão irá piorar a sua situação. Irei processar vocês.

E caminhou até a mesa.

-Vamos Rita, vamos comer lá no boteco do Márcio, perto do nosso hotel. Lá você tira o quanto quiser. Vamos.

Logo na saída Aurélio grita para a atendente:

- É por isso que esse negócio nunca vai para frente.

Eduardo Costta
Enviado por Eduardo Costta em 25/02/2009
Reeditado em 26/03/2009
Código do texto: T1456756
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