O suicídio de Josefa (contado)

Começou suavemente um pensamento fixo em sua mente.

De início apenas brincadeira, mas logo o pensar ação haveria de virar.

Josefa trancou-se no banheiro e aprontou-se para o banho costumeiro.

Em cima da pia, vejam só! A navalha velha de seu pai.

Pensou Josefa com sua mente o velho pensar executar.

Tomou com as mãos a velha navalha e a lâmina afiada observou.

Encantador, simplesmente encantador!

Josefa deixou-se seduzir permitindo que o objeto cortante encosta-se a sua pele.

A sensação era agradável!

Com a mão direita, passou o gume sobre o pulso esquerdo sentindo um leve ardor.

Pontilhados vermelhos brotavam a parte externa da derme, isso fez com que Josefa aumentasse a intensidade das passadas.

Aos poucos o ardor passou e internamente Josefa sentia uma estranha sensação de euforia, prazer e liberdade.

Olhou para seu pulso e assustou-se com a possibilidade de alguém ver os cortes e pensar que ela queria atenção para si.

Agachou-se entre a parede e a pia, olhou para parte interna de sua coxa e atacou-a com ferimentos cada vez mais profundos.

Josefa não se contia. Com os membros inferiores ensangüentados, levantou-se perplexa a situação.

Teve a sensação de que o ar havia sumido!

Fitou os olhos no espelho, vieram-lhe as lágrimas e uma incrível dor amarga. No intuito de calar a solidão, Josefa degolou-se tornando tudo sem sentido para si e para o mundo.

Talita A Hoflinger
Enviado por Talita A Hoflinger em 21/10/2008
Reeditado em 21/10/2008
Código do texto: T1239661
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