Gramática
Um sujeito disse a um objeto: “_Não te quero nem por decreto.” O objeto retrucou: “_Quando te fui útil, tu me quiseste.” O sujeito, sem muito traquejo, não fraquejou diante do desaforo e respondeu: “_Não adianta vir com firulas. Você sabe muito bem que seus predicados não me agradaram. O que ainda quer de mim? Que verbalize a seu favor?” Com certa indignação, o objeto “interjeitou”: “Oh, é realmente uma pena que tu não te importes comigo, afinal, o substantivo já era amor; agora dor.” O sujeito, irônico como sempre, abraçou o escárnio e jogou o objeto porta afora. Percebendo sua dificuldade em se tornar sujeito diante daquele sujeito, o então objeto foi se transformando e não mais se “objetificando”, conseguiu um namorado: um bom sujeito chamado Amor Próprio.