Não era verão e não foi um sonho!

Não era verão, e não foi um sonho.

Era viva em sua memória a textura da pele que faiscava ao sinal de qualquer contato.

A respiração acelerada tornava o ar rarefeito.

A mente girava... loucura!

A vista embaralhada dava lugar ao tato.

As mãos se multiplicavam na necessidade urgente de sentir.

Na imagem lábios e línguas dançavam juntos um soneto.

Haviam confessado a paixão pungente!

Procuravam ligar para as consequências... mas não conseguiram evitar a entrega.

Férias que pareciam durar para sempre.

Não durou.

Abriu mais uma vez o texto inacabado.

Ensaiou duas ou três palavras... mas, pode sentir toda a inspiração vazar lhe as veias...

Recostou-se no sofá de sua sala....

Não havia chorado, mas não poderia evitar uma certa tristeza.

Passaria mais algum tempo sem escrever novamente.

Quanto tempo, não se sabe... dias... meses... anos.

Não era verão, mas foi real!

Olhou a taça de vinho sobre a mesa... e riu, recordando a última conversa que tiveram.