COISAS DA VIDA!
Há quarenta anos, trabalhei num Hospital Veterinário, onde havia uma equipe de dezoito médicos veterinários, ocupando diversas especialidades e um corpo de auxiliar de enfermagem com cerca dez enfermeiros. Dentre eles, havia um mais atencioso, mais interessado, sempre se mostrava com muita vontade de aprender e executar os serviços.
Não se sabia bem o porquê, mas, um de nossos colegas de equipe, não gostava do rapaz que nos auxiliava na enfermagem e implicava com tudo que ele executava, procurava erros, recriminando-o sempre que fosse possível.
Era mesmo, muito gritante a birra que aquele colega tinha com o auxiliar de enfermagem e quando perguntávamos o porquê daquilo? Ele respondia sempre que o santo dele, não cruzava com o do rapaz!
As brigas continuavam, sempre instigadas pelo colega veterinário, que teimava em chamar a atenção e menosprezar o serviço do rapaz. Algumas vezes, o rapaz se defendia e assim as discussões ficavam cada dia mais frequentes, até que um dia, houve um desentendimento maior, chegaram mesmo às vias de fato e no final de tudo, como sempre costuma acontecer, o rapaz fora desligado do quadro de auxiliar de enfermagem do Hospital.
Como gostava muito do que fazia, o rapaz fora trabalhar, numa Clínica próxima ao Hospital, de propriedade de um coronel veterinário reformado, por isso, sempre tínhamos contato com ele, embora passássemos às vezes, algum tempo sem vê-lo.
Depois de quase dois anos afastados, o rapaz apareceu com um brilho intenso nos olhos, e contou ter passado no vestibular para medicina veterinária. Ficamos muito contentes, parabenizamos pelo esforço e pela vitória, por vezes ele aparecia para um papo.
E como o tempo voa, um dia apareceu nos convidando para sua formatura, praticamente todos foram, menos o colega das brigas é claro!
O rapaz continuava trabalhando na clínica, agora como médico veterinário, o proprietário da clínica já meio cansado, ofereceu-lhe sociedade. O jovem veterinário aceitou. Dois anos depois o coronel faleceu e a família transferiu a parte da sociedade do velho Coronel para o rapaz.
Os tempos e a economia do país foram se modificando e lembro-me da necessidade de se cortar custos, assim quatro médicos veterinários e quatro auxiliares foram demitidos por conta da tal contenção de despesas.
Nessa época, aquele jovem proprietário estava precisando de um colega para ocupar os horários que pertenciam ao colega falecido, e por lá apareceram muitos colegas, um deles, imaginem, aquele que sempre espinafrou o rapaz enfermeiro.
Sem se saber bem o porquê, justamente ele, foi candidato escolhido pelo antigo auxiliar e agora, colega de profissão.
Uma vez intrigado pela escolha, perguntei-lhe. Por que escolheu, justamente aquele que passou todo tempo brigando e lhe desprezando?
O jovem veterinário respondeu-me: ele sempre dizia que o santo dele não cruzava, não se entendia com o meu. Nunca achei correto, que dois santos ficassem brigando. Quem sabe agora, possamos dar a oportunidade aos nossos santos, de fazerem às pazes!
Há quarenta anos, trabalhei num Hospital Veterinário, onde havia uma equipe de dezoito médicos veterinários, ocupando diversas especialidades e um corpo de auxiliar de enfermagem com cerca dez enfermeiros. Dentre eles, havia um mais atencioso, mais interessado, sempre se mostrava com muita vontade de aprender e executar os serviços.
Não se sabia bem o porquê, mas, um de nossos colegas de equipe, não gostava do rapaz que nos auxiliava na enfermagem e implicava com tudo que ele executava, procurava erros, recriminando-o sempre que fosse possível.
Era mesmo, muito gritante a birra que aquele colega tinha com o auxiliar de enfermagem e quando perguntávamos o porquê daquilo? Ele respondia sempre que o santo dele, não cruzava com o do rapaz!
As brigas continuavam, sempre instigadas pelo colega veterinário, que teimava em chamar a atenção e menosprezar o serviço do rapaz. Algumas vezes, o rapaz se defendia e assim as discussões ficavam cada dia mais frequentes, até que um dia, houve um desentendimento maior, chegaram mesmo às vias de fato e no final de tudo, como sempre costuma acontecer, o rapaz fora desligado do quadro de auxiliar de enfermagem do Hospital.
Como gostava muito do que fazia, o rapaz fora trabalhar, numa Clínica próxima ao Hospital, de propriedade de um coronel veterinário reformado, por isso, sempre tínhamos contato com ele, embora passássemos às vezes, algum tempo sem vê-lo.
Depois de quase dois anos afastados, o rapaz apareceu com um brilho intenso nos olhos, e contou ter passado no vestibular para medicina veterinária. Ficamos muito contentes, parabenizamos pelo esforço e pela vitória, por vezes ele aparecia para um papo.
E como o tempo voa, um dia apareceu nos convidando para sua formatura, praticamente todos foram, menos o colega das brigas é claro!
O rapaz continuava trabalhando na clínica, agora como médico veterinário, o proprietário da clínica já meio cansado, ofereceu-lhe sociedade. O jovem veterinário aceitou. Dois anos depois o coronel faleceu e a família transferiu a parte da sociedade do velho Coronel para o rapaz.
Os tempos e a economia do país foram se modificando e lembro-me da necessidade de se cortar custos, assim quatro médicos veterinários e quatro auxiliares foram demitidos por conta da tal contenção de despesas.
Nessa época, aquele jovem proprietário estava precisando de um colega para ocupar os horários que pertenciam ao colega falecido, e por lá apareceram muitos colegas, um deles, imaginem, aquele que sempre espinafrou o rapaz enfermeiro.
Sem se saber bem o porquê, justamente ele, foi candidato escolhido pelo antigo auxiliar e agora, colega de profissão.
Uma vez intrigado pela escolha, perguntei-lhe. Por que escolheu, justamente aquele que passou todo tempo brigando e lhe desprezando?
O jovem veterinário respondeu-me: ele sempre dizia que o santo dele não cruzava, não se entendia com o meu. Nunca achei correto, que dois santos ficassem brigando. Quem sabe agora, possamos dar a oportunidade aos nossos santos, de fazerem às pazes!