Alana, a jovem leoa da savana

Alana era a caçula em uma família de leões-africanos que habitava as vastas planícies do sul da África. Durante as suas oito primeiras semanas de vida, ela permaneceu abrigada, protegida carinhosamente por sua mãe e pelas outras fêmeas do bando. Quando finalmente chegou o momento de sair do seu esconderijo, os olhos de Alana puderam contemplar a luz e a beleza daquele lugar.

Exibindo sua pelagem amarela dourada, a pequena leoa não demorou a descobrir maneiras de brincar nas gramas, arbustos e árvores da savana, que eram irresistíveis para suas travessuras. As fêmeas do bando redobraram seus cuidados para protegê-la de predadores. Zebras, girafas, antílopes e gnus estavam sempre observando em busca de uma presa.

Seu pai, o majestoso rei da savana, com quase dois metros de comprimento e uma cauda de 95 centímetros, garantia a segurança do bando. Seus rugidos eram tão poderosos que podiam ser ouvidos a quilômetros de distância, avisando qualquer predador que tentasse se aproximar.

Quando Alana completou cinco anos, notou algo estranho em sua aparência. Seus pelos começaram a se soltar do corpo, espalhando-se pelas gramas e grudando nas árvores e arbustos. Em pouco tempo, Alana ficou completamente sem pelos. As outras leoas do bando a olhavam com desprezo e começaram a evitar sua companhia. Os leões de sua idade já não a cortejavam como antes.

Alana ficou profundamente triste e recolheu-se ao seu esconderijo; não brincava mais e foi tomada por uma profunda tristeza. Afinal, sendo ela a filha do rei, como poderia se expor aos olhares impiedosos e ao julgamento dos outros leões?

Um dia, um sábio macaco que andava pela savana há décadas se aproximou do bando e ouviu os burburinhos dos leões fazendo comentários maldosos sobre a aparência de Alana. O macaco, muito experiente, já tinha visto e ouvido inúmeras histórias ao longo de sua vida e nada mais o surpreendia. Por isso, ele não deu ouvidos aos comentários maldosos sobre Alana e procurou uma forma de ajudá-la. Usando seus poderes mágicos, ele conseguiu convencer o poderoso rei, pai de Alana, a permitir que ele a visitasse com a promessa de levar até ela a cura para a sua tristeza.

O sábio macaco entrou no esconderijo e, ao ver Alana, abraçou-a carinhosamente e olhou profundamente em seus olhos. Foi então que ele descobriu a magia que a jovem leoa possuía. Seus olhos brilhantes irradiavam luz por todo o ambiente, algo realmente mágico e encantador.

O sábio explicou a Alana que esconder-se não era o melhor modo de enfrentar os problemas e que cada ser era único e importante naquele lugar. A Savana atravessava um momento difícil, com uma estação seca que castigava a terra e todos os seus amigos estavam lá fora cuidando de suas tarefas e tentando ajudar de alguma forma.

Foi então que Alana, sentindo-se desafiada, se encheu de coragem e saiu para fora de seu refúgio. Os outros leões esperavam com grande expectativa e, quando Alana surgiu, todos ficaram maravilhados com a luz que irradiava de seus olhos. Alana, agora repleta de coragem, caminhou entre eles com a cabeça erguida, sem medo do julgamento dos outros leões. Sua atitude e determinação encantaram a todos, e ninguém mais prestava atenção em sua pelagem rala.

Foi assim que o bando de leões se aproximou novamente de Alana. Os jovens leões voltaram a cortejá-la, e as leoas de sua idade passaram a admirá-la principalmente pelas diferenças que a tornavam uma leoa única, de beleza incomparável. O rei estava orgulhoso e grato ao macaco que, com sua sabedoria, trouxe uma grande lição a todos.

A diversidade, finalmente, encontrou seu valor naquele refúgio sagrado para os leões. Cada um deles era especial à sua maneira, e todos aprenderam a apreciar e celebrar as diferenças que os tornavam únicos. E assim, a savana brilhou com a luz da aceitação e da diversidade, tornando-se um lugar mais rico e harmonioso para todos os seus habitantes.

Neusa Maria Cesarino Martins
Enviado por Neusa Maria Cesarino Martins em 16/02/2024
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