A MENINA QUE QUERIA ENCONTRAR A FELICIDADE

Era uma menina feliz e muito arteira, seu nome era Alice, sempre que acordava ela gostava de ir ao quintal onde seu pai construiu uma linda casinha nos galhos da mangueira, ali ela poderia fazer as suas bagunças, mas era também muito ciumenta e cuidadosa, sempre deixava seus brinquedos bem arrumadinhos.

Quando convidava as coleguinhas para brincarem espalhavam seus brinquedos por todos os cantos, até nos galhos fora da casinha ficavam as roupinhas das bonecas. Alice adorava receber amigas e não ligava para as bagunças, era muito lindo o que acontecia, quando Alice colocava comidinhas na varanda para as suas bonecas, os passarinhos chegavam para beliscar e deixava a menina sorrindo de felicidades.

Alice era tão feliz e cheia de alegrias que certos dia, ao chegar na escola a professora ficou muito preocupada ao ver os olhinhos tristes e foi logo saber o motivo.

Muito calma a menina começou a explicar:

- Ontem eu via as noticias na televisão quando um velho disse:

- Que para ser feliz de verdade era preciso encontrar em todos os lugares.

A professora então disse:

- Não é motivo para ficar triste, você é uma garota muito feliz, ilumine esses olhinhos.

- Pró, eu nunca me encontrei com essa tal felicidade em nenhum lugar que eu vou. Então eu não sou feliz. Completou Alice.

- Claro que você é muito feliz, a felicidade mora dentro do seu coraçãozinho, ela está no sorriso, nas brincadeiras, nas aventuras sadias e em tudo que nos faz bem.

Alice voltou para casa com aquela dúvida martelando a sua cabeça. Será que a felicidade é uma pessoa que entra dentro da gente? Pensava enquanto corria pela estradinha entre a vegetação rasteira.

Após o almoço foi brincar, esqueceu por algumas horas, mas logo veio a mesma dúvida, precisava descobri aquele mistério e conhecer de perto essa tal felicidade.

Descendo apressada da casinha correu e foi falar com uma bondosa velhinha a qual chamava de vozinha. Na cerquinha que separava os quintais ela começou a gritar:

- Vozinha! Vozinha!

A velha chegou enxugando as mãos no avental e foi logo perguntando:

- O que está lhe deixando tão afobada? Venha comer um pedaço de bolo enquanto me conta o que está acontecendo.

Alice pulou a cerquinha, correu até a cozinha, sentou-se na grande mesa, enquanto comia o bolo de chocolate foi indagando a velha.

- Vozinha você já se encontrou com a felicidade na igreja, na rua, no supermercado, ou mesmo aqui na cozinha enquanto prepara suas comidas deliciosas.

- A bondosa velha sorriu- Claro minha menina, a felicidade está em todos os lugares, basta você procurar.

- Vozinha! E por que eu nunca encontrei, ela é alta, magra, baixinha careca. Linda como a mamãe ou bondosa como você?

A velha sorrindo abraçou a menina e disse:

- Você nunca vai encontrar como se fosse uma pessoa, ela é o mais nobre sentimento que mora dentro da gente.

Alice pulou da cadeira, saiu correndo em disparada, matutava com as suas dúvidas, não estava satisfeita com as respostas da avozinha e foi falar com seu Joaquim o velho jardineiro, com certeza no meio das flores encontraria a dona felicidade.

Entrou em disparada encontrando o velho jardineiro cuidando das rosas.

- Seu Joaquim! O senhor que vive tão alegre cantando e falando com as flores me diga: O senhor conhece a felicidade? Ela mora aqui?

O velho pensou, pensou, segurou as mãozinhas da menina e foi andando pelos canteiros bem cuidados.

- Preste bem atenção, a felicidade é invisível como a brisa que acaricia seus cabelos, que balança as árvores, é o perfume das flores, o canto dos passarinhos, um bom dia dado com carinho, o riso de uma criança assim como você, não continue procurando o que nunca vai encontrar, a felicidade mora em seu coração, não poderá ser vista nem tocada, mas pode ser sentida. Agora mesmo estou muito feliz falando com a menina mais arteira da rua, essa menina que esbanja sorrisos, que espalha felicidades através da sua alegria, do seu sorriso, no carinho que dedica a todos. A felicidade está na sua alegria ao subir na sua casinha da árvore, de brincar com as suas amiguinhas, do cuidado com as suas bonecas.

Alice abraçou o velho jardineiro, beijou-lhe o rosto enrugado e voltou correndo para casa. Sua alegria transbordava de felicidades em seu coração. Entrou na sala, abraçou a mamãe bem apertadinho e disse:

- Eu conheço a felicidade e ser feliz ao seu lado é a minha felicidade,

e assim a nossa história chega ao fim…

autora- Irá Rodrigues