A MENINA CADEIRANTE

Em todas as casas da vizinhança tinha uma casa na árvore, menos na casa de Julinha por ser uma garota que teve paralisia na infância ela só se locomovia numa cadeira de rodas, o que a deixava muito triste quando as colegas subiam em suas casinhas para brincarem e ela ficava de olhos compridos olhando lá de baixo.

Certo dia, o avô chegou para passar uns dias na casa do filho, ao ver a tristeza da neta, sentiu que precisava fazer alguma coisa para trazer alegria naquele rostinho triste.

Logo de manhãzinha o avô saiu, procurou um lugar plano, cheio de flores por todos os lados. Com ajuda do filho construiu um castelinho de madeira, telhado de palhas, a porta bem larga onde a cadeira de rodas pudesse entrar e sair.

Quando o castelinho ficou pronto os olhos da menina brilhavam como se soltassem faíscas de felicidade.

A mãe cuidou de pendurar vasinhos de flores ao redor, assim atrairia borboletas e passarinhos.

Julinha toda sorridente entrava na sala onde a mãe colocou uma caminha com as suas bonecas, uma mesa com seus livros e num canto um pote de água, assim quando estivesse brincando não ficaria sem beber água.

Quando as outras crianças viram o castelinho foi aquela euforia, todas queriam entrar, Julinha por muitas vezes foi rejeitada pelo fato de não poder subir em árvore, isso fez com que ela mostrasse o verdadeiro sentimento que brotava em seu coração.

Convidou todas para brincarem com ela, o que foi aceito e todas ficaram encantadas com as lindas bonecas de pano confeccionadas pela mãe da menina.

Daquele dia em diante Julinha passou a ser a melhor amiga, as casinhas das árvores ficaram esquecidas.

Irá Rodrigues.