Vagalume medroso!

-Ei, psiu! -Quem está falando? - Eu! - Eu, quem? Não estou vendo ninguém! - Nisso umas perninhas magrinhas e tortinhas, foram saindo de debaixo de folhas secas, enroladas em teias de aranhas... Era um vagalume; Que fitou os olhinhos para o jacaré, e perguntou. - Como se chama, qual é seu nome? - E u sou o Jaca! -Respondeu o jacaré. E em seguida perguntou ao vagalume; Você não é um vagalume, onde está sua lanterna? Há sim! Preciso de sua ajuda Jaca. Eu? Como posso ajudar um vagalume, não sei nada sobre... Vagalumeeis. -Gaguejando. Bom, mas o que aconteceu que está em pânico e qual o seu nome? Eu me chamo Vaga! Quero dizer, os outros me chamam... -Nisso, o vaga luma se aproximou do Jaca, não demonstrando medo, mesmo porque se fosse um sapo, ele já o teria sido devorado, pela aproximação. - Estou em pânico! Sabe o que Jaca! Lá do alto avistei uma criatura, foi uma visão horrível! Parecia um animal pré histórico, um monstro... Fala vaga, o que você viu lá do alto? -Parecia uma rocha, mas era uma coisa cascuda, com uma língua enorme, mais de um metro de comprimento... -Respondeu o Jaca; Não precisa ficar com medo, você avistou o Cururu! Que Cururu, era um sapo gigante, com olhos de boi, e eram vermelhos, com uma boca enorme parecia de hipopótamo! Meu coração está disparado e até minha lanterna apagou-se; Por favor! Me ajude, me proteja desse monstro Jaca. - O jacaré estava incomodado com aquela cena e resmungou. Não acredito, eu poderia estar caçando uns peixe para meu jantar, e estou aqui falando com um vagalume medroso e covarde... Vou terminar esse assunto, pensou o Jaca... - O Cururu não é do mal, ele só come insetos, e faz muito barulho quando dorme, que as vezes tenho vontade de engoli-lo inteiro para ver se para de roncar... -ele gosta de vagalumes, perguntou o Vaga? Acho que não, ao menos nunca o vi comendo um... -Nisso! Um barulho, atrás de uma moita de capim, e aparece a criatura com olhos de fogo, e enormes... Parecia um boi com conjuntivite. A criatura perguntou ao jacaré! - Com quem está conversando Jaca? -É, é, é, não é com ninguém Cururu, estou apenas pensando alto. -Tive a leve impressão que tinha alguém aqui com você! -posso fazer uma pergunta a você Cururu? Pode sim! Você gosta de comer vagalumes? -Eca, que nojo Jaca! Vagalumes tem aquela luz, e dizem que é venenosa... -Mas, porque me fez essa pergunta! Vou lhe falar a verdade, é que meu amigo Vaga está em pânico de medo de você! - Eu? Porque ele está com medo de mim? É, seus olhos, sua boca, sua língua... -Deixa eu ver se entendi! Vocês estão me chamando de feio, é? - Não, ele me falou que sua língua mede mais de um metro, é verdade? -Agora me chamou de linguarudo! -Nessas alturas, o sapo cururu estava perdendo a calma, e começou a inchar, quase dobrando de tamanho...- Calma meu amigo Cururu, não chamamos você de nada. -Estou calmo, mas pode falar para seu amigo Vaga aparecer, eu sei que ele está aí! -Eu! eu, estou aqui. Falou Vaga com uma voz fraca e tremula. - Pode ficar calmo vaga; Não como vagalumes, somente insetos... Vamos ser amigos Vaga, perguntou o Sapo. Sem titubear, vaga respondeu: Sim! sim! Mas posso ficar aqui em cima da folhinha? Nisso! Tive uma ideia, gritou o Jaca! Que tal comemorarmos a mais recente amizade com uma festa! - Sim! Acho ótimo, respondeu, Cururu. -Vamos marcar para amanhã à noite! Falou Jaca. -Então eu vou avisar os sapos na lagoa, rãs e pererecas... O Jaca falou! Avisarei meus amigos jacarés. -Eu não vou convidar ninguém, replicou Vaga. Vocês acham que algum vagalume em sã consciência iria em uma festa de jacarés e sapos! Eu vou, finalizou Vaga. -Combinado, amanhã a gente se encontra na margem da lagoa, próxima a pedra lisa... -Como haviam combinado se encontraram na pedra lisa, e foi a maior festa na lagoa... - As sapinhas dançavam freneticamente com seus príncipes, sapinhos... -Os Jacarés, estavam felizes com suas jaca roas, e dançavam uma dança dos jacarés. Estavam todos se divertindo muito! -Nosso amiguinho vagalume, estava lá no alto da arvore em cima de uma folhinha. Participava, só com o olhar, e vez ou outra mexia a bundinha, para acompanhar o ritmo da música... Foi então que o Vaga levantou a cabeça e avistou na outra margem do lago uma luz familiar, sem pensar ascendeu a lanterna e saiu voando ao encontro daquela encantadora luz. - Enfim, encontrou seu par perfeito! E saíram a iluminar as noites escuras na margem da lagoa. -A festa foi até o amanhecer...

Pitter
Enviado por Pitter em 17/03/2014
Reeditado em 08/01/2015
Código do texto: T4732352
Classificação de conteúdo: seguro