A árvore do Suplício

Uma árvore sombria habitava no lado mais distante de uma floresta.

Árvore grande, escura e de galhos robustos, tronco amedrontador e folhagens pesadas. Abandonada em desolado lugar. Distante das outras se fixava.

Solitária içava-se na escuridão, desabrochava acinzentada!

Os que se aproximavam não retornavam perdidos estavam...

As estórias falsas ou não, cortejos noturnos, gracejos não eram perdoados.

O suspiro ameaçador de uma sombra hostil perseguia quem chegava.

Como um espectro, um vulto soberano e caçador atacava a noite...

A Lua não denunciava, o frio abrigava e as folhas pesadas farfalhavam em alto tom!

Crenças narravam que desses feitos a Morte era tutor.

Veste longa e negra era onde habitava o cadavérico rosto,

Enegrecido ao redor flutuava-lhe longos cabelos que amedrontava,

Dali surgia o pranto, sufocante lástima que destruiu as folhas e as pedras, a relva...

Aquela parte da floresta visível era só na escura noite. Pessoas incrédulas!

A luz do dia não cobria a árvore jamais aparecia após o alvorecer tardio.

Folhas rasgadas e nomes riscados voavam, eram levadas pelo vento,

Da dama do véu noturno o caderno ensanguentado não seria encontrado!

As escrituras, os nomes marcados ali ficavam.

Caçadores, Elfos ou homens dela não escapavam.

Seus prantos eram longos, eternidades como a Lua já vira passar.

Nenhum ser foi capaz de encarar os olhos por trás do negro véu,

Próximos ficaram gritos foram ouvidos, em martírios foram sepultados!

Fantasma ou não levava consigo as asas que almas carregaria.

As almas aflitas que o outro mundo iriam se precipitar...

Essa face que surtia estórias marcava suplício sob a Árvore sem nome,

A Árvore da noite sem voz habitava o mistério do portal entre os mundos.

As crenças anciãs traziam a tona os segredos do lugar,

Como uma noiva vestida de negro uma moça em nevoada penumbra noturna,

Executada...

Na árvore agora uma alma, um espectro guardava o tempo.

A morte foi enganada ou enganara alguém?

Esses laços afetuosos firmaram um noivado que roubava as Almas deste mundo.

Para o além-noturno, por trás dos ermos da Lua agora transitam as Almas que a Árvore guardava.

(Releitura de 03/01/2018)

Júlia Trevas
Enviado por Júlia Trevas em 03/01/2018
Reeditado em 07/04/2018
Código do texto: T6215430
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