Dias sombrios

Naquele dia em que os céus estavam tristes, eu me levantei e parti em busca do que me faltava. No meio do caminho, as folhas que o vento trazia davam uma sensação de solidão, como se todos tivessem desaparecido, restando apenas minha mochila com meus pertences e um sonho. O ar estava pesado, e caminhava próximo a muitas almas, mas nenhuma parecia me ver ou ouvir. Eu olhava para os céus, e sua expressão era a mesma, vazia como a casca de um ovo quebrado.

Mais adiante, próximo a um rio, encontrei uma mulher sentada no chão, como se estivesse dormindo. Ao me aproximar, logo percebi que ela não conseguia enxergar, seus olhos eram pálidos e brancos. Ela virou o rosto na minha direção e disse seu nome: Uthliz, uma bruxa deixada para morrer ali por seus pecados. Com um sorriso macabro, ela me olhou e disse: "Eu posso te ver." Assustado, perguntei como era possível, já que seus olhos eram vazios. Ela respondeu que me via não pelo rosto, mas pelo vazio que eu carregava, ao contrário das almas que vagavam por aí. Eu não sabia o que procurava e o que faltava em mim.

Abatido, abaixei a cabeça sem expressar reação, pois a bruxa estava certa. Olhei mais uma vez para os céus, prestes a derramar lágrimas, então me despedi da bruxa com quem tive um breve diálogo. Ela mais uma vez olhou para mim com um sorriso macabro e disse: "Sua alma não é diferente dos meus olhos, é vazia e está em constante luta para não desistir de si mesma. Esse vazio nunca vai desaparecer.ao me despedir dela sai em volta pra casa e " Com o rosto sério, respondi à bruxa: "Eu sei disso..."

.

.

Uils

Felipeluiis
Enviado por Felipeluiis em 18/11/2023
Reeditado em 18/11/2023
Código do texto: T7934854
Classificação de conteúdo: seguro