Lucas e a pipa de papel

Capítulo 1: O desafio

Lucas era um menino de dez anos que adorava brincar de pipa. Ele tinha uma coleção de pipas de todos os tamanhos, cores e formatos, que ele guardava com cuidado no seu quarto. Ele gostava de ir ao parque com os seus amigos para soltar as suas pipas e fazer manobras no céu.

Um dia, ele estava no parque com o seu melhor amigo, Pedro, quando viu um grupo de meninos mais velhos se aproximando. Eles também estavam com pipas, mas eram diferentes das de Lucas. Eram pipas grandes, pesadas e enfeitadas com fitas e rabos. Eles pareciam muito confiantes e arrogantes.

Ei, olha só aqueles dois moleques ali – disse um dos meninos mais velhos, apontando para Lucas e Pedro. – Eles estão brincando com essas pipas de papel. Que coisa mais infantil!

É mesmo – concordou outro menino mais velho. – Essas pipas são tão fracas que não aguentam nem uma rajada de vento. Eles devem ser uns bobocas que não sabem nada de pipa.

Lucas e Pedro ficaram irritados com os comentários dos meninos mais velhos. Eles não gostavam que falassem mal das suas pipas, que eles tinham feito com tanto carinho e dedicação.

Quem são vocês para falar das nossas pipas? – perguntou Lucas, se aproximando dos meninos mais velhos. – As nossas pipas são muito melhores do que as suas. Elas são leves, ágeis e bonitas.

Ah, é? – provocou o menino mais velho, que parecia ser o líder do grupo. – Então vamos fazer uma aposta. Vamos ver quem tem a melhor pipa. Vamos fazer uma disputa de cortar linha.

Cortar linha? – repetiu Pedro, assustado. – Mas isso é muito perigoso!

Cortar linha era uma brincadeira que consistia em tentar cortar a linha da pipa do adversário usando a própria pipa ou uma linha especial, chamada de cerol, que era feita com cola e vidro moído. Era uma brincadeira muito arriscada, pois podia machucar as mãos dos participantes ou até mesmo outras pessoas que estivessem por perto.

Não se preocupe, Pedro – disse Lucas, confiante. – Nós vamos ganhar essa disputa. Nós somos os melhores soltadores de pipa do parque.

Então está combinado – disse o menino mais velho, sorrindo maliciosamente. – Amanhã, às três horas da tarde, aqui no parque. O vencedor fica com a pipa do perdedor. E aí, topam?

Lucas olhou para Pedro, que estava hesitante. Ele sabia que era uma aposta arriscada, mas ele não queria dar o braço a torcer para os meninos mais velhos. Ele queria provar que as suas pipas de papel eram as melhores.

Topamos – disse Lucas, decidido.

Ótimo – disse o menino mais velho. – Então até amanhã. E preparem-se para perder as suas pipinhas de papel.

Os meninos mais velhos saíram rindo e zombando de Lucas e Pedro, que ficaram olhando para eles com raiva e nervosismo.

Lucas, você tem certeza do que fez? – perguntou Pedro, preocupado.

Claro que sim – respondeu Lucas, tentando disfarçar o medo. – Nós vamos ganhar essa disputa e mostrar para eles quem é que manda.

Mas e se a gente perder? – insistiu Pedro.

Não vamos perder – afirmou Lucas. – Nós temos a melhor pipa de todas: a pipa de papel.

 

## Capítulo 2: A preparação

 

No dia seguinte, Lucas e Pedro acordaram cedo e foram para a escola. Eles estavam ansiosos e nervosos com a disputa de cortar linha que iria acontecer à tarde. Eles sabiam que os meninos mais velhos eram experientes e mal-intencionados, e que eles usavam cerol nas suas linhas, o que tornava a brincadeira ainda mais perigosa.

- Lucas, eu acho que nós devíamos desistir dessa aposta – disse Pedro, no intervalo das aulas. – Eu não quero perder a minha pipa, nem me machucar, nem machucar alguém.

- Pedro, nós não podemos desistir agora – disse Lucas, tentando animar o amigo. – Nós temos que enfrentar esses valentões e mostrar que as nossas pipas de papel são as melhores.

- Mas como nós vamos fazer isso? – perguntou Pedro. – As nossas pipas são tão frágeis e simples. Eles vão cortar as nossas linhas em um segundo.

- Não se preocupe, Pedro – disse Lucas, com um sorriso misterioso. – Eu tenho um plano.

Lucas contou para Pedro o seu plano para ganhar a disputa de cortar linha. Ele tinha pensado em uma forma de usar as vantagens das suas pipas de papel contra as desvantagens das pipas dos meninos mais velhos. Ele explicou para Pedro o que eles tinham que fazer para preparar as suas pipas e as suas linhas para a brincadeira.

- Você acha que isso vai funcionar? – perguntou Pedro, depois de ouvir o plano de Lucas.

- Claro que vai – disse Lucas, confiante. – Nós vamos surpreender esses meninos mais velhos e mostrar para eles quem é que manda.

Pedro ficou um pouco mais animado com o plano de Lucas, mas ainda estava com medo. Ele esperava que Lucas soubesse o que estava fazendo.

Depois da escola, Lucas e Pedro foram para a casa de Lucas para preparar as suas pipas e as suas linhas para a disputa. Eles seguiram o plano de Lucas com cuidado e atenção. Eles também pegaram alguns materiais extras que eles achavam que poderiam ser úteis.

- Pronto, agora nós estamos preparados – disse Lucas, depois de terminar os ajustes nas suas pipas e nas suas linhas. – Vamos para o parque enfrentar esses valentões.

- Vamos lá – disse Pedro, respirando fundo. – Que vença o melhor.

Lucas e Pedro pegaram as suas pipas e as suas linhas e saíram correndo para o parque. Eles estavam determinados a ganhar a disputa de cortar linha e defender as suas pipas de papel.

 

## Capítulo 3: A disputa

 

Lucas e Pedro chegaram ao parque e encontraram os meninos mais velhos esperando por eles. Eles estavam com as suas pipas grandes, pesadas e enfeitadas, e com as suas linhas com cerol. Eles olharam com desprezo para as pipas de papel de Lucas e Pedro, que eram pequenas, leves e simples.

- Olha só quem chegou – disse o menino mais velho, que parecia ser o líder do grupo. – Os moleques das pipinhas de papel. Vocês vieram mesmo para a disputa?

- Claro que sim – disse Lucas, firme. – Nós viemos para ganhar.

- Ganhar? – riu o menino mais velho. – Vocês não têm chance contra as nossas pipas. Elas são as mais fortes, as mais bonitas e as mais rápidas do parque.

- Isso é o que vamos ver – disse Pedro, seguindo o exemplo de Lucas.

- Então vamos começar – disse o menino mais velho. – As regras são simples: cada um solta a sua pipa e tenta cortar a linha do adversário. O vencedor fica com a pipa do perdedor. E sem chororô.

- Está bem – concordou Lucas. – Mas nós vamos escolher os nossos adversários.

- Como assim? – perguntou o menino mais velho.

- Nós queremos enfrentar vocês dois – disse Lucas, apontando para o menino mais velho e para outro menino que estava ao seu lado. – Os outros podem ficar de fora.

- Por quê? – perguntou o outro menino.

- Porque vocês são os mais chatos – respondeu Lucas.

Os meninos mais velhos ficaram irritados com a resposta de Lucas, mas aceitaram o desafio. Eles achavam que era uma vantagem enfrentar os dois moleques ao mesmo tempo. Eles tinham certeza de que iriam cortar as linhas das suas pipas de papel em um instante.

- Está bem, então vamos lá – disse o menino mais velho. – Vocês vão se arrepender de terem nos desafiado.

Lucas e Pedro se afastaram um pouco dos meninos mais velhos e começaram a soltar as suas pipas. Eles seguiram o plano de Lucas com cuidado e atenção. Eles sabiam que tinham que usar a sua inteligência e a sua habilidade para vencer a disputa.

As quatro pipas subiram no céu e começaram a se movimentar com o vento. As pipas dos meninos mais velhos eram grandes e pesadas, mas também rápidas e agressivas. Elas tentavam se aproximar das pipas de Lucas e Pedro para cortar as suas linhas com o cerol.

As pipas de Lucas e Pedro eram pequenas e leves, mas também ágeis e espertas. Elas se afastavam das pipas dos meninos mais velhos para evitar o contato com o cerol. Elas também usavam alguns truques que Lucas tinha ensinado para Pedro para confundir os adversários.

A disputa estava acirrada e emocionante. As quatro pipas faziam manobras no céu, tentando se atacar ou se defender. Os quatro soltadores puxavam ou soltavam as suas linhas, tentando controlar as suas pipas. Os outros meninos mais velhos e algumas pessoas que estavam no parque assistiam à brincadeira com curiosidade e torcida.

Quem será que vai ganhar essa disputa? Será que Lucas e Pedro vão conseguir defender as suas pipas de papel? Será que os meninos mais velhos vão conseguir cortar as linhas das suas pipas? Será que alguém vai se machucar ou machucar alguém com o cerol?

 

## Capítulo 4: A vitória

 

A disputa de cortar linha continuou por mais alguns minutos, com as quatro pipas se enfrentando no céu. As pipas dos meninos mais velhos eram fortes e rápidas, mas também pesadas e desajeitadas. Elas tentavam se aproximar das pipas de Lucas e Pedro para cortar as suas linhas com o cerol, mas elas também se atrapalhavam entre si.

As pipas de Lucas e Pedro eram fracas e simples, mas também leves e ágeis. Elas se afastavam das pipas dos meninos mais velhos para evitar o contato com o cerol, mas elas também se aproximavam delas para atacá-las com os seus truques.

Lucas e Pedro seguiram o plano de Lucas com cuidado e atenção. Eles sabiam que tinham que usar a sua inteligência e a sua habilidade para vencer a disputa. Eles também usaram alguns materiais extras que eles tinham levado para o parque para surpreender os adversários.

Lucas usou um espelho que ele tinha colocado na sua pipa para refletir a luz do sol nos olhos dos meninos mais velhos, dificultando a visão deles. Ele também usou um apito que ele tinha amarrado na sua linha para fazer um som agudo e irritante, perturbando a concentração deles.

Pedro usou uma tesoura que ele tinha escondido no bolso para cortar um pedaço da linha do menino mais velho que estava ao seu lado, quando ele se distraiu com o espelho e o apito de Lucas. Ele também usou um pedaço de pano que ele tinha enrolado na sua linha para protegê-la do cerol do menino mais velho que estava à sua frente.

Com esses truques, Lucas e Pedro conseguiram cortar as linhas das pipas dos meninos mais velhos, fazendo-as cair no chão. Eles comemoraram a vitória com gritos de alegria e abraços. Eles tinham conseguido defender as suas pipas de papel e derrotar os valentões.

Os meninos mais velhos ficaram furiosos com a derrota. Eles não podiam acreditar que tinham perdido para os dois moleques das pipinhas de papel. Eles correram para pegar as suas pipas caídas, mas foram surpreendidos por Lucas e Pedro.

- Esperem aí – disse Lucas, segurando as suas pipas e as suas linhas. – Vocês não se lembram da aposta? O vencedor fica com a pipa do perdedor.

- Isso mesmo – disse Pedro, fazendo o mesmo. – Vocês têm que nos dar as suas pipas.

- Vocês estão loucos? – disse o menino mais velho, que parecia ser o líder do grupo. – Nós não vamos dar as nossas pipas para vocês. Vocês ganharam na trapaça.

- Trapaça? – repetiu Lucas, indignado. – Nós não trapaceamos. Nós usamos a nossa criatividade e a nossa habilidade. Vocês é que trapacearam usando cerol nas suas linhas.

- Cerol é permitido na disputa de cortar linha – disse o outro menino mais velho. – Vocês é que usaram coisas proibidas como espelho, apito, tesoura e pano.

- Essas coisas não são proibidas – disse Pedro, defendendo-se. – Elas são apenas recursos extras que nós usamos para nos divertir.

- Divertir? – disse o menino mais velho, com desprezo. – Isso não é diversão. Isso é covardia.

- Covardia é usar cerol nas linhas – disse Lucas, com raiva. – Isso é perigoso e irresponsável. Vocês podiam ter machucado as nossas mãos ou até mesmo outras pessoas que estavam no parque.

- Nós não machucamos ninguém – disse o outro menino mais velho, com arrogância. – Nós sabemos o que estamos fazendo. Nós somos os melhores soltadores de pipa do parque.

- Não são não – disse Lucas, com firmeza. – Nós somos os melhores soltadores de pipa do parque. E nós provamos isso ganhando a disputa.

- Vocês não ganharam nada – disse o menino mais velho, com raiva. – Vocês só conseguiram nos enganar com os seus truques. Mas nós não vamos deixar barato. Nós vamos pegar as nossas pipas de volta e as suas também.

Os meninos mais velhos partiram para cima de Lucas e Pedro, tentando pegar as suas pipas e as suas linhas. Lucas e Pedro se defenderam como puderam, segurando as suas pipas e as suas linhas com força. Eles não queriam perder as suas pipas de papel, nem as pipas dos meninos mais velhos.

A briga entre os quatro soltadores de pipa chamou a atenção das outras pessoas que estavam no parque. Algumas pessoas tentaram separar os meninos, outras tentaram entender o que estava acontecendo, outras tentaram ajudar Lucas e Pedro ou os meninos mais velhos.

Quem será que vai ficar com as pipas? Será que Lucas e Pedro vão conseguir manter as suas pipas de papel e as pipas dos meninos mais velhos? Será que os meninos mais velhos vão conseguir recuperar as suas pipas e pegar as pipas de Lucas e Pedro? Será que alguém vai se machucar ou machucar alguém na briga?

 

## Capítulo 5: A lição

 

A briga entre os quatro soltadores de pipa foi interrompida pela chegada de um policial que estava patrulhando o parque. Ele viu a confusão e se aproximou para ver o que estava acontecendo. Ele perguntou às pessoas que estavam ao redor o motivo da briga e ouviu as versões de Lucas, Pedro, os meninos mais velhos e algumas testemunhas.

O policial ficou sabendo da disputa de cortar linha, da aposta, do cerol, dos truques e das pipas. Ele ficou indignado com a irresponsabilidade e a violência dos meninos. Ele repreendeu os meninos mais velhos por usarem cerol nas suas linhas, pois isso era proibido por lei e podia causar acidentes graves. Ele também repreendeu Lucas e Pedro por se envolverem na brincadeira perigosa e por usarem tesoura e espelho nas suas pipas, pois isso também podia machucar alguém.

O policial disse que eles tinham sorte de não terem se machucado ou machucado alguém, mas que eles teriam que arcar com as consequências dos seus atos. Ele disse que eles teriam que devolver as pipas uns aos outros, pedir desculpas uns aos outros e prometer nunca mais brincar de cortar linha. Ele disse que ele iria acompanhar os meninos até as suas casas e conversar com os seus pais sobre o que tinha acontecido.

Lucas, Pedro e os meninos mais velhos ficaram assustados com a bronca do policial. Eles perceberam que tinham errado e se arrependeram de terem se envolvido na brincadeira perigosa. Eles devolveram as pipas uns aos outros, pediram desculpas uns aos outros e prometeram nunca mais brincar de cortar linha. Eles seguiram o policial até as suas casas e enfrentaram a reação dos seus pais, que ficaram furiosos com a situação.

Lucas e Pedro aprenderam uma lição importante naquele dia. Eles aprenderam que brincar de pipa é uma diversão saudável e segura, mas que brincar de cortar linha é uma diversão perigosa e irresponsável. Eles aprenderam que eles devem respeitar as outras pessoas e as suas pipas, e não se deixar levar pela provocação dos valentões. Eles aprenderam que eles devem usar a sua criatividade e a sua habilidade para se divertir com as suas pipas de papel, mas sem prejudicar ninguém.

 

 

 

 

 

 

Joilson Remanso
Enviado por Joilson Remanso em 10/09/2023
Reeditado em 10/09/2023
Código do texto: T7882024
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