As crianças e o bode...

Hoje foi um dia de recordações... bateu uma saudade dos meus filhos pequenos e as lembranças das loucuras que cometi em nome dos passeios semanais que fazíamos para Cananeia litoral Sul de São Paulo. Tínhamos uma casa de veraneio onde viajávamos todas as sextas feiras a tarde e voltávamos aos domingos a noite. Loucura... loucura... loucura... Eram meus filhos e mais dois ou três sobrinhos agregados que eu sempre levava comigo.

A casa lá era grande com piscina e muitas árvores no quintal, o que me fazia ficar apreensiva em meio a tantas crianças... era no meio do nada e de vastos arvoredos em volta onde os pernilongos e muitas qualidades de borrachudos e outros nos comiam vivos dentro daquele quintal imenso onde as crianças faziam uma festa em meio a rede balanços, escorregador etc... e se achavam em um paraíso...

Andavam de bicicletas na rua e iam até a pracinha e voltavam suados e saltitantes parecendo pintinhos ciscando no lixo... eu confesso que odiava aquele lugar que eu chamava de "fim de mundo" mas com filhos pequenos nada mais eu podia escolher a não ser estes longos e cansativos finais de semanas para mim, mas que era uma festa para eles...e a festa maior ainda era a travessia de balsa para irmos a praia...Ufa!!!

Em uma destas viagens o carro quebrou na estrada e mal conseguiu chegar a um posto de gasolina onde o mecânico todo solícito foi buscar a peça para troca em uma cidade vizinha. Fiquei naquele posto da estrada em baixo de uma árvore com um bebê de colo e mais cinco crianças alvoroçadas...

Meu filho mais velho que na época tinha uns dez anos pegou a camiseta do meu sobrinho que era vermelha e começou a incomodar um bode velho que circulava naquele espaço junto com galinhas, marrecos etc... ele abria a camiseta e dizia... Vem touro!!! e o bode vinha tentando chifrar aquele pano vermelho e todos riam....

De repente a outra filha com uns cinco anos puxou a camiseta da mão dele dizendo: agora é a minha vez e abriu em frente ao seu corpo dizendo: Vem touro!!! e o bode disparou e a levantou com a cabeça no meio das suas pernas deu uns passos e a jogou naquela vala onde se faz a troca de óleo dos veículos.

Meu Deus!!! que susto!!! foram apenas alguns arranhões e o corpo todo preto cheio de graxa do poço, precisei de ajuda de uma casa vizinha para limpá la e medicar os arranhões

Ninguém dos meus filhos e sobrinhos nunca mais se esqueceram deste episódio, e hoje quando estamos em família eles dão boas rizadas quando se lembram deste dia...