PROCURA-SE EMPREGO
 
Naquela segunda-feira, Ewerton acordou às cinco horas da manhã, precisava percorrer as fábricas do polo industrial na esperança, de pelo menos preencher uma ficha de emprego ou entregar seus currículos. Tomou aquele banho de água fria, vestiu a sua guerreira calça jeans, uma camisa branca e o seu surrado tênis all-star e estava pronto. Não podia esquecer a sua pasta azul, com todos os documentos. Tomou um cafezienho para quebrar o jejum, disse algumas palavras, benzeu-se e foi para o ponto de ônibus. Saíra assim, a estilo desempregado. 

Dizem que o desempregado, sempre carrega uma pastinha de baixo do braço. 

De sua casa até chegar ao distrito industrial, era necessário pegar duas conduções, apesar de toda aquela jornada, ainda consiguiu chegar  às fábricas por volta das seis e meia da manhã. Enfrente a uma das maiores indústrias daquele polo, já estava formada aquela quilométrica fila, com homens e mulheres. Tinha bastante gente.  Todos ali estavam em busca do seu lugar ao sol, ou melhor, a procura de dignidade. 

Claro que nessas horas, enquanto não se inicia o atendimento, muitos pegam aquele classificado do jornal de domingo e ficam lendo ou relendo, os anúncios de trabalho. As mulheres como sempre, era a maioria naquela disposição indiana.
Ewerton é um jovem bem afeiçoado, melhor dizendo sem nenhum preconceito, um vistoso mancebo, de dezoito anos de idade á procura do seu primeiro emprego.

Muitas eram as espécies femininas que se encontravam naquele local. Um jovem na flor da idade como Ewerton, observava toda aquela diversidade atentamente. Não demorou muito, para que os seus olhos castanhos claro encontrassem aqueles olhos verdes graúdos. Ele deu uma olhada rápida de relance, mas foi o suficiente para notar que a dona daqueles lindos olhos gateados, tinha algo a mais, muito mais para ser apreciado, por um homem. Ele não se conteve e mirou novamente, para dá aquela conferida completa, e dessa vez o seu olhar lhe presenteara, com ricos e sensuais detalhes. 

Ela trajava, um vestido verde, de um tecido fino, mas não era vulgar, pelo contrário, ele era lindo, pois valorizava cada esquina de desejo daquele mulherão. Parece que aquela peça feminina secular, tinha sido feita sobre medida, para aquela beldade.

Logo a mente de Ewerton, fora bombardeada por uma série de pensamentos sacanas e incontroláveis, processados pela sua cabeça de cima, mas que também afetavam diretamente, a sua cabeça de baixo. 

Dizem que quando está escrito, não tem jeito, só para quando se concretiza e nesse caso não poderia ser diferente. Vamos em frente, se você está curioso, imagine eu...

Ewerton estava a poucos metros daquela belezura, pela qual agora nutria, os mais fortes e desejáveis sentimentos que um homem louco de desejos, pode ter por uma mulher daquelas. Ela estava acompanhada por duas amigas, e foi uma delas que foi até Ewerton e o abordou dizendo.

- Bom dia, será que você poderia nos emprestar o seu jornal?

Ele prontamente respondeu.

- Claro sem problemas, mas tenho uma pequena condição...

- E qual seria? - Disse a jovem.

- Qual o nome da tua amiga de vestido verde?

Ela olhou para ele e depois, olhou em direção a sua amiga e respondeu com uma voz sussurrada, 

- O nome dela é Verônica, por que? Você tá interessado?

E ele sem perder a oportunidade respondeu.

- Interessado é pouco... eu estou é enfeitiçado. A propósito como você se chama?

- Meu nome é Felícia. Vou ver o que posso fazer por você.

Ela disse isso com um olhar sacana...

Quando Felícia retornou para perto das amigas, comentou sobre Ewerton com Verônica. Nesse momento, Verônica direcionou aqueles lindos e misteriosos olhos verdes em direção a Ewerton que já estava à espera de merecer, ao menos um olhar de sua desejada, mesmo que fosse com raiva, mas ainda assim para ele já seria muito. Os dois
olharam-se rapidamente. Ela estava séria e ele deu um sorriso muito tímido. Apesar do olhar duro de Verônica, tudo não passara de cena, pois os pensamentos dela já diziam - gostei dele-. Ela comentou com amiga que tinha ficado interessada em Ewerton,  mas também não demonstrou, pois durante aquela espera para o atendimento, seus olhos não mais voltaram-se para ele.

Finalmente começou o atendimento. O vigilante pediu para que todos o acompanhassem, foram separados não se sabe por qual a razão, os homens das mulheres. 

Quando Ewerton finalizou o seu processo de recrutamento, já eram quase onze horas. Ele passou pela portaria, devolveu o crachá de visitante, e assim que colocou os pés na rua, ao longe avistou as duas amigas de Verônica. Ele logo raciocinou, dizendo – provavelmente ela ainda não saiu. Decidiu arriscar a esperá-la e sentou-se na calçada da grande placa de alvenaria que estampava o nome daquela Empresa, juntamente com outras informações. O tempo tinha ficado nublado, bem agradável.  Algumas pessoas estavam aguardando para a segunda etapa da seleção, e outras estavam esperando seus amigos ou amigas finalizarem o recrutamento. Ewerton aguardava atento para ver se avistava Verônica. Quando ele menos esperava, ela surgiu de trás de uma senhora e foi em direção a ele e disse.

- Ewerton, certo?

- Sim. E você Verônica?

Os dois se apresentaram e ela perguntou a ele, se ele poderia acompanhá-la até a rua principal para ela pegar o ônibus, e os dois seguiram conversando em direção a grande avenida. Ewerton já estava todo preocupado, pois sabia que tinha pouco tempo para tentar algo com aquela linda loira dos olhos gateados. 

De repente ela o fintou e disse que precisava lhe falar algo.

- Eu não sou o tipo de mulher que fica esperando, quando eu quero alguém, e vou lá e pego... E eu quero você...

Nesse momento, o coração de Ewerton disparou e o seu rosto ficou um pouco corado. Ao mesmo tempo em que ele ficou alegre, algo lhe preocupou. Estava com pouquíssimo dinheiro, o que ele tinha só dava para pagar, umas duas passagens de ônibus. E agora para onde ele poderia levar aquele monumento? E ter o seu tal sonhado momento de intimidade. Ele também não podia perder aquela chance de ouro, e respondeu para Verônica dizendo.

- Suas palavras me deixam muito feliz Verônica, sabes que é uma mulher muito linda e sensual, e a desejei desde a primeira vez em que eu a vi, mas estou com problemas.

- Conte-me Ewerton, quem sabe eu posso ajudá-lo.

Ele explicou sua situação financeira para Verônica que compreendeu perfeitamente. A solução foi levá-la para a casa dele, pois sabia que não ia ter ninguém em casa e lá os dois poderiam ficar a sós entre quatro paredes.

Chegando à casa de Ewerton, realmente a casa estava sem ninguém e toda fechada, como ele havia planejado. Procurou pela chave que a mãe deixava entre os tijolos, e logo encontrou. Os dois adentraram àquela humilde residência. Ewerton foi direto para a geladeira, para ver se tinha algo que fosse de rápido preparo para que eles pudessem almoçar. Encontrou um pouco de conserva e uma calabresa, preparou aquela gororoba fez um pouco de arroz e completou com uma jarra de suco-tangue. Verônica trazia com ela uma mochila. Ewerton nem imaginava o que poderia sair dali daquela bolsa. 

Eles terminaram de almoçar e foram para o quarto de Ewerton para tomarem banho. Verônica tomou banho primeiro e em seguida foi Ewerton.

Enquanto ele estava no banho, ela abriu a sua mochila e tirou umas peças de roupas, e disse para Ewerton só retornar para o quarto, quando ela desse o sinal. 

Passado uns quinze minutos, Ewerton já estava tão doidão no chuveiro que nem toda aquela água, dava conta de conter os ânimos do mancebo, que já estava com sua gladius, pronto para  guerra. 

Verônica bateu na porta do banheiro e disse.

- Já, pode vim.

Quando Ewerton abriu a porta, deu de cara com aquela bela mulher fantasiada de enfermeira, ela estava com: uma toca branca, uma mascara, aquele top, uma micro-saia vermelha e aquele salto alto.

Agora é por conta de sua fértil imaginação, pois acredito que não seja necessário mais nenhuma descrição.... 

Os dois brincaram todo aquele resto de tarde, 
ela de enfermeira e ele de doentinho.

Quando Verônica se despediu de Ewerton, ele ainda pediu o numero do celular dela, mas ela disse que não costumava dá seu numero para ninguém e lhe deu uma caneta da mini. 

Ewerton guarda aquela esferográfica até hoje. 

E sempre que ele pode e suas namoradinhas aceitam, ele brinca com elas de sua brincadeira  predileta. 

A enfermeira e o doente.

***
FIM
 
Nota: Por favor, ajudem-me a melhorar a minha performance literária, deixe seus comentários. Acredito que o grande segredo desse tipo de história é tentar escrever algo sensual, mas sem ser vulgar.