A Roda da Felicidade - Parte 2

O destino tem seus próprios mecanismos e como um garoto que adora pregar peças, não poupou Rafael de uma inesperada cilada.

Eis que inadvertidamente, uma nova colega de trabalho surgiu e para alguém cuja alma estava muito ferida para notar uma sua presença, atônito ele ficou quando na pausa para o café a bela jovem de cabelos negros e lisos, chamada Sophia se aproximou.

Aos poucos descobriram que possuíam mais em comum do que poderiam imaginar, pois como ele, embora mais jovem, ela também já havia sofrido as agruras do amor.

E nos ínfimos intervalos para um café, descobriram uma passageira alegria e a felicidade de um sorriso a muito esquecido. Então, aquela pequena centelha que havia se apagado nos seus peitos voltou a se acender, e a cada dia crescia, trazendo-lhes uma esperança desconhecida.

Naquela manhã de uma quinta-feira qualquer, Rafael notou a caminho do trabalho aquela simpática floricultura que sempre estivera no seu trajeto, mas que nos dias cinzas de sua tristeza, passava despercebida. Parado diante do lugar pensou, porque não surpreendê-la?

Decidido, ali entrou e após escolher delicadas flores constatou que havia esquecido sua carteira em casa. Desapontado, preparava-se para sair da loja, quando a atenciosa florista indagou:

_Senhor, não vai levar as flores?

Envergonhado, a situação lhe explicou, e com um sorriso de compreensão, ela afirmou:

_Não é por isso que o Senhor deixará de trazer a alegria das flores para alguém nesta manhã! Leve-as e quando puder volte!

Grato por tamanha cordialidade ele partiu e diante do gentil aceno de despedida, colocaram em movimento os mecanismos que acionariam a roda do destino e da alegria.

A algumas quadras do trabalho ele se surpreendeu ao perceber que coincidentemente, Sophia vinha na sua direção. Pararam diante um do outro com um tímido cumprimento de bom dia, e sem saberem o que dizer, ela foi mais ousada e comentou: “Lindas flores, você comprou!”.

Poderia deixar a timidez dominar-lhe e se calar, mas naquela hora a emoção falou mais alto e ele decidiu ousar: “Que bom que te agradou, porque são para você!”

Com um brilho no olhar e um sorriso estampado, as flores lhe entregou e num abraço de agradecimento deixaram aquela paixão que nascera extravasar. Não havia dúvidas que com um beijo há muito contido algo novo iria se iniciar.

Enquanto isso, do outro lado da rua, um garoto os observava silenciosamente. Mesmo tão jovem, já sentia o despertar dos sentimentos e a sensibilidade daquele ato de presentear, deu-lhe coragem para deixar de lado sua vergonha e também se expressar.

Continua…