A VIDA SABE SER CRUEL

Ele puxou o cabelo para trás e eu tremi. De tesão, paixão, amor. Era algum destes sentimentos ou todos misturados num bolo só. Fazia nem 10 minutos que eu o conhecera e já estava apaixonada. Será que era normal uma coisa destas? Se eu ainda fizesse terapia minha psicóloga diria que eu estava sofrendo de um surto de carência. Mais um.

Eu nem sabia o nome dele. Mas não precisava. Me perdi naqueles olhos negros e naquela pose autoconfiante. O jeito de ele andar me fascinou. Onde ele estaria durante todo aquele tempo? Por que a vida não o trouxe antes para mim.

Por que, meu Deus?

Sei lá, ele parecia ter uns 25 anos, 30 anos. Eu, quase 70. Resolvi ir embora. Levantei do banco da praça, me firmei na bengala e desapareci.

A vida sabe ser cruel.

Maria Caterinna
Enviado por Maria Caterinna em 17/12/2021
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