O amor de Dalva e Francisco-3

Em casa, Dalva parecia meio aérea, às vezes sorrindo sozinha.

Sua mãe, estranhando aquele comportamento,chegou para ela e perguntou:

-- Dalva, minha filha, você tem alguma pra me contar?

-- Contar? Não... Contar o quê?

-- Você anda distraída, meio no mundo da lua, converso com você e você, às vezes, nem me escuta. Por exemplo, lhe chamei duas vezes agora e você parece que nem me ouviu, menina, parece que está sonhando acordada. Você estava rindo do quê?

-- Eu? Rindo? Ah! Foi uma piada que a Janete me contou. Foi só isso.

-- Certo... Disse a mãe com ares de desconfiança, enquanto ia saindo.

-- Aliás, mãe, ela me chamou pra dormir na casa dela no sábado à noite. A senhora deixa?

-- Ihh! Não sei, não viu? Você sabe como é o seu pai.

-- Ah, Mãe! Eu só fico dentro de casa, nunca saio pra lugar nenhum, nem na casa da minha amiga posso ir...

-- Está bem, está bem -- interrompeu a mãe, quando seu pai chegar eu converso com ele.

-- Que bom! Eu sabia que podia contar com a senhora! É a melhor mãe do mundo! -- Disse agarrando-a e lhe dando um beijo, antes de sair feliz da vida.

A mãe dela ficou ali parada dizendo consigo mesma, enquanto esboçava um sorriso, "Jovens... Oh! Idade boa".

Depois que seu pai chegou, Dalva ficou observando de longe. Percebeu que havia um clima meio sério entre ele e sua mãe e não quis se aproximar.

No outro dia, quando ele havia saído para o trabalho ela perguntou à sua mãe se tinha falado com o seu pai, ela respondeu que foi difícil convencê-lo, mas que ele tinha permitido. Saltitante, abraçou a mãe e saiu feliz.

O dia do encontro chegou. Dalva saiu de casa mais cedo e realmente foi à casa de Janete, ao chegar lá, saiu pela janela cuidadosamente e foi ao encontro com Francisco.

Lá estava ela, o mais bonita que pôde ficar. Era a primeira vez que saia à noite. E se alguém a visse e contasse para seu pai? Estaria morta, pensou. Mas não ficou pensando muito tempo, pois Francisco logo chegou. Parou o carro e desceu.

--Como está linda, meu amor!

"Meu amor? Ele me chamou de meu amor?" Pensou, sentindo o coração palpitar

Francisco beijou-lhe o rosto e abriu-lhe a porta do carro para que ela entrasse.

" Acho que estou sonhando... Encontrei um príncipe. Ai! Como ele é cavalheiro...'

-- Está tudo bem? -- Indagou Francisco, interrompendo seus pensamentos-- Estou lhe achando tão calada.

-- Humhum. Estou sim. Só um pouco nervosa, é primeira vez que saio à noite, assim acompanhada de um homem.

--Não se preocupe, meu bem. Essa noite será incrível. Quer dizer, o filme é ótimo, não tem como não gostar e, na sua companhia, será perfeito.

-- Então, tá. Ao cinema, então.

-- Ao cinema!