Sofrimento

Quando a vi, nós, loucos em um bar da grande capital mineira, curtindo um momento gostoso, épico, ao som de risadas e umas músicas que passavam pela televisão. Éramos mais de seis, mas ela, se destacava em meio aos demais, como uma luz no fim do túnel. Comparação esdruxula, certo? Enfim, que voltemos aos detalhes de um caso atípio da minha vida.

De lá, partirmos para uma comunidade belorizontina, encerrrar a noite que tanto nos agraciou, num lugar chamado: Pagode da piscima. Estranho, era o ritmo que ali tocava, forró rsrs! Tão estranho como a comparação que fiz, aludindo àquela linda, de pele clara, cabelos longos e olhos fascinantes. Boca deslumbrante... beijo gostoso, só de pensar, caio em nostalgia. Voltemos...

Uma dança lá, outra cá, eu tentando arranhar alguam coisa, seja nos passos desajustados ou nas cantadas sem graça e, sem sentido que fazia, discretamente, no intuito de conquistar a mais bela do rolê. Enquanto não saia nada, caíamos na bebedeira, que não parecia ter fim. No entanto, quando achei que nada iria rolar, as horas iam anunciando o fim da noite e o começo de um novo dia, alertando de que, se eu não tomasse atitude, com certeza eu iria sair de lá frustrado e com a mente nela...

Tomei uma atitude, impensada, mas na sorte, obtive êxito, jamais esperado. Conquistei aqueles lábios carnudos. Confesso, foi a melhor sensação! Tudo parou, aquela droga, correção, aquele beijo, em sintonia com o álcool, me deixava mais alucinado. Coração disparado, tudo acelerado e, ao meu redor, o mundo pairava sobre nós, só para que pudessemos curtir tal lance. Lance que, anos depois, voltaria à acontecer.

Após cinco anos, ambos frustrados com seus relacionamentos, desgastados de sentimentos que pareciam alheios, por mais que pareça, perdidos nesse mundão, eu a encontro, linda como sempre. Foi no primeiro reencontro, aquele olhar inesquecível, o mesmo beijo, o mesmo trato, carinhos e promessas, e o pressentimento de que agora vai. Ledo engano. Ilusão? Não me importo, prefiro navegar nesse delírio, chamado paixão, ao ver ela deitada em outros braços, padecendo de atenção.

Como eu sofro e digo:

- Ai, meu Deus, aquieta-te o meu coração.

Israel dos Santos Lopes
Enviado por Israel dos Santos Lopes em 10/08/2018
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