UM ENCONTRO DE AMOR

É uma manhã de Outono... com ventos que sopram em várias direções. As folhas amareladas voam até caírem ao chão. O gorjear dos pássaros junta-se ao tamborilar dos pingos d’água que descendo do céu cinzento, despertam a Flora e a Fauna... raios argênteos iluminam o horizonte de um canto a outro... São as trovoadas que riscam o céu.

Olívia, acabara de acordar, está soltando suspiros de felicidade, porque hoje é um dia muito especial; ela tem um encontro importante, com seu grande amor. A garota, na flor da juventude, em seus dezoito anos de idade, tem pele morena clara, cabelos longos e olhos verdes, que parecem até duas esmeraldas, sempre foi considerada a mais bela da sua rua. Ela abre a janela para contemplar o esvoaçar das borboletas no jardim, mas percebe que o tempo está chuvoso e, fecha-a novamente. Volta-se em direção a sua escrivaninha, com o olhar fixo em um Porta Retrato, onde está a foto de um belo jovem e, por ele autografado, com letras bem desenhadas, próximo ao rosto dele, “Com amor Eduardo Jorge”. Olívia escuta o tic tac do relógio e, logo pensa: “Meu Deus, estou atrasada! O navio de Jorge já deve estar atracando no Cais do Porto. Eu preciso correr contra o tempo.” Veste-se apressadamente e, sai correndo em disparada até o portão, para não perder o ônibus que passa, naquele exato momento...

Já passava do meio dia quando a garota chega ao Cais; a chuva, ainda, continua forte e, se mistura aos cabelos encaracolados da bela jovem; obrigando a se proteger debaixo da marquise de um velho armazém abandonado. Fixou seu olhar em algum ponto da imensidão e, avistou de longe um enorme navio atracado no local de embarque e desembarque de cargas e passageiros. A jovem aproxima-se e percebe um clima pesado, como se um mar, de águas turvas, houvesse passado por ali, deixando apenas holocausto. Vários marinheiros de semblantes tristes circulavam, calados. Ela imediatamente parou em frente à entrada e, pergunta a um jovem marinheiro:

- Moço, o que aconteceu por aqui?

- Senhorita, bom dia! Um jovem aspirante da Marinha acaba de falecer, vítima de um ataque cardíaco. Diz o marinheiro, com muita tristeza no olhar.

Olívia continua as indagações:

- Desculpe-me a intromissão! Por acaso, o senhor sabe o nome do aspirante que morreu?

- Sim dona moça, o nome dele era Eduardo Jorge! Responde-lhe o rapaz.

A garota quedou-se, paralisada, deixando o local cabisbaixa, aos prantos. Sentia um frêmito congelar todo seu corpo, as pernas sem força para sustentá-la, lágrimas dificultam a sua visão. Ela procura chão e não acha. O encontro com Eduardo Jorge era motivo de muitas alegrias, mas agora ele está morto e, nunca mais ela terá a chance de vê-lo novamente, o grande amor dela já não fazia parte deste mundo. Os suspiros de felicidade, se transformam em momentos de dor. De repente sente uma mão pesada sobre seu ombro e, o silêncio é quebrado por uma voz suave que diz:

- Meu amor, por que você não me esperou? E por que você está chorando?

Olívia não consegue acreditar no que estava ouvindo, esta voz é inesquecível, só pode ser do grande amor da vida dela. A garota olha bem nos olhos azuis de Eduardo Jorge e se atira em seus braços, buscando conforto. Ele a envolve em um longo abraço, enxuga, com beijos, as lágrimas que escorrem pelo rosto aflito da jovem, procurando tocar seus lábios nos dela e, beijam-se apaixonadamente. Olívia respira forte e pergunta:

- Jorge, alguém falou que você havia morrido. Explique-me, por favor!

- Meu amor, foi uma confusão; tinha outro aspirante com o meu mesmo nome, apenas o sobrenome era diferente. Foi terrível o acontecido, mas eu estou aqui, para nosso encontro de amor. Eduardo Jorge reponde-lhe.

- Perdão, minha vida, mas eu estou muito feliz em te ver bem! Diz a garota e se joga mais uma vez nos braços do amado.

- Eduardo Jorge continua sorridente e falando:

- Meu amor, eu tenho um presente para você.

O rapaz coloca a mão no bolso direito da calça e, tira uma caixinha bem embrulhada com um laço de fita vermelho, entregando-a ao seu amor, Olívia. A jovem não consegue conter-se de tanta emoção, com as mãos trêmulas vai abrindo o embrulho, feito com muito zelo e, para sua surpresa é um par de alianças. Ele aproveita e faz o pedido:

- Quer se casar comigo, meu amor?

- Sim, eu te amo! Diz a garota toda envaidecida.

Eles se abraçam e se beijam perdidamente, selando assim o compromisso.

Os tempos se passaram... Eles se casaram, tiveram filhos e viveram felizes em plena harmonia. O encontro no Cais foi, sim, motivo de grande alegria!

São tantas histórias assim...

Elisabete Leite – 28/05/2018

(Feliz dia dos namorados a todos!)

Elisabete Leite
Enviado por Elisabete Leite em 09/06/2018
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