Quando

Quando eu o vi pela primeira vez, eu tinha 15 anos e podemos dizer que foi amor a primeira vista, na segunda vez que nos vimos ele me trouxe um bombom e um punhado de palavras bonitas, na terceira vez além das palavras bonitas vieram os gestos bonitos e os olhares.

E assim foi até o nosso 10° encontro, nesse ele me contou sua historia e como o meu príncipe não tinha nada de encantado, poderíamos dizer que ele era amaldiçoado e eu sabia que ali eu deveria ter corrido para as montanhas, mas não eu quis ficar e lutar ao lado dele.

QUANDO tínhamos oito meses juntos, tudo desmoronou, as promessas foram quebradas e os corações também, mas o que eu fiz? Fui atrás dele, desta vez já tinha 16 anos e achei que estava mais forte e que dessa vez iriamos ser nos contra o mundo, ele veio com algumas novas cicatrizes e eu fui com algumas novas esperanças.

Mas tudo roeu e escorreu por entre os meus dedos, ele foi embora do estado e eu fui tentar viver minha vida, no meu aniversario de 18 anos eu desejei ele de volta, e fui atrás, levei um coração remendado, novas esperanças, e um conhecimento sobre a sua maldição, ele trazia um corpo cansado, uma mente destruída e um coração mutilado.

Juntamos tudo e prometemos lutar até o fim, fazíamos plano para o futuro, por que além de tudo que ele trouxe, ainda trouxe suas palavras bonitas, suas mãos fortes e esperança no fundo dos olhos, então o que pode dar errado? T–U–D–O.

Não sabíamos que o mundo não queria nos dois juntos, a luz não pode se apaixonar pelas trevas, uma suicida não combina com outro, agua e óleo nãos e mistura, e sabe o que aconteceu? O mundo o tirou de mim, igual quando arrancamos um curativo, rápido e sem aviso, mas eu não estava pronta pra arrancar o curativo, meu corpo não estava pronto, e cai, foi mais forte que eu e o que restou foi um punhado de palavras sem sentido e uma grande ferida que não fecha.