UM CASO DE AMOR...

Nunca fui uma pessoa de sorrir muito, a não ser que algo de muito bom pudesse acontecer na minha vida. eu estava inquieto no meu quarto andando de um lado para o outro e pensando naquele sorriso único, naquele olhar negro, naquele rosto estrutural com cabelos escuros caindo pelos ombros. Não! não era comum eu pensar tanto em uma pessoa assim, mas aquilo dominava a minha mente, era mais forte do que eu e era maravilhoso, ao mesmo tempo que era estranho. fazia tempo que eu não despertava um sentimento tão profundo por alguém e eu me sentia feliz por isso.

Eu sou o Gabriel, e estou perdidamente apaixonado por Daniel, meu melhor amigo. Hoje ele chega de viagem com a família e está voltando de Brasília onde os avós moram. Ele mora ao lado da minha casa e não vejo a hora de poder abraçá-lo e sentir o cheiro de seu perfume.

Eu me lembro perfeitamente do nosso primeiro beijo. Foi algo mágico e único. Saímos escondidos de casa em uma madrugada do mês de Julho e corremos feito loucos pela rua cantando uma música qualquer e nos sentamos em um banco de uma praça abandonada.

---"Gabriel você tem sido um garoto incrível nesses últimos dias. Eu me sinto perfeitamente bem do seu lado".

Eu ria feito um bobo velho ouvindo aquilo completamente sem graça. Ele acariciava minhas mãos de uma forma tão delicada que eu me arrepiava todo. --- Daniel você é incrível e tem tornado os meus dias mais significantes eu te adoro.

Me lembro que depois dessas palavras, nos beijamos de uma forma intensa, e ele acariciava meu rosto, isso fazia eu ter mais vontade ainda de beijá-lo. Sentei no colo dele e disse: Vamos namorar?... vamos ser felizes juntos eu tenho certeza disso, a minha mãe adora você e super apoia a gente. Só falta sua família descobrir agora, eu sei que é difícil, mas eles precisam saber uma hora. Eu quero uma vida ao seu lado.

Ele ficou hipnotizado ouvindo aquilo olhando nos meus olhos. Ele sorriu e não disse nada por um momento. --- Gabriel eu adoro você mas tenho medo pela minha família, queria primeiro me assumir e aí sim podemos namorar.

Olhei nos olhos dele, eu super entendia aquilo tudo.

--- Então quando você voltar de viagem a gente resolve isso. --- Tudo bem! quando eu voltar, me assumo e assumo nosso namoro tudo bem?. --- Tudo bem! eu concordei. Depois ficamos ali nos encarando por um tempo e por fim nos beijamos mais uma vez.

Dali mesmo do meu quarto eu ouvira o barulho do carro chegando. Eu acho que era ele.

Saí correndo pela casa gritando que o Daniel havia chegado.

Quando eu cheguei no portão vi o carro do Tio dele, e sim, parece que ele havia chegado. Mas havia algo estranho. Ele não saiu do carro, só os pais dele. corri imediatamente para falar com a mãe do Daniel.

--- Bom dia dona Heloísa, o Daniel chegou?, ela me olhou dos pés a cabeça.

--- Não querido, ele ficou

--- O que?

--- Sim ele ficou, a avó dele está muito doente e eu pedi que ele ficasse com ela para fazer companhia por ordens médicas.

Meu mundo caiu naquele momento, como se toda alegria fosse em vão. Eu estava querendo chorar.

--- Está tudo em Gabriel?

--- Sim dona Helo. Mas ele volta? perguntei querendo chorar.

--- Bom, acho que não sabe. Ele deve morar com ela e o avô de vez. Brasília e Rio de Janeiro não é tão distante. Vou visitá-lo quando puder. Não posso deixar mamãe sozinha Gabriel, infelizmente. Agora ele deve retomar os estudos por lá mesmo e até arrumar um emprego. Todo mês vou mandar dinheiro para ele.

--- Compreendo. eu estava péssimo

--- Até mais Gabriel, manda abraço para sua mãe.

Eu voltei parta casa com uma cruz nas costas e só sabia chorar, chorar e chorar.

me lembro de ter deitado no colo de dona Viviane (minha mãe) contei-lhe o ocorrido e caí aos prantos.

Meu amor estava a quilômetros de distância. O que eu ia fazer? como eu ia prosseguir? eu queria ele aqui agora.

Talvez deva ser castigo da vida , talvez tenha que ser assim, ou talvez eu não tenha sorte no Amor...

Tiago Miranda
Enviado por Tiago Miranda em 21/08/2017
Reeditado em 21/08/2017
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