O Bilhete

Anna tinha uma paixão secreta, uma queda por um menino novo em seu prédio, chamado Antônio, moreno, de olhos azuis, cabelos bem cuidados e sempre muito quieto, não conversava com ninguém - ou que ao menos ela tenha visto. Aos 17 anos, jamais se interessara por alguém da mesma forma e esse detalhe rapidamente lhe chamou a atenção. Como também não tinha a experiência no departamento amoroso, mal sabia o que fazer.

Algumas vezes tentou chamá-lo de longe pelos corredores, com ar descontraído, mas nada. O menino nem a olhava, simplesmente ignorava seus chamados. Uma, duas, três vezes depois desistiu. Frustrada, chorou em seu quarto durante a noite.

No dia seguinte, Anna se deparou com o menino conversando com outra pessoa e percebeu porque aquele garoto não sabia nem de sua existência: Antônio era surdo e apenas se comunicava com as mãos.

Admirada, Anna entregou-lhe um bilhete muito discretamente quando o viu novamente no corredor: "Oi, tudo bem? Eu sou a Anna. Bem vindo ao nosso edifício. Gostaria muito de aprender a linguagem de sinais, me ensina?".

Antônio olhou para o recado, e em seguida para Anna e com um sorrido muito sincero, assentiu.

O resto, é história.

Gabriella Tomasi
Enviado por Gabriella Tomasi em 28/06/2017
Reeditado em 28/06/2017
Código do texto: T6040032
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