Desculpa se te Amo - Parte 7.

Parte 7

- Ronaldo, onde você está? Já andei o parque inteiro atrás de você e não te vi.

- Já te disse. Estou em frente ao lago.

- Não sai dai.

Nervoso, Paulo foi andando em direção ao lago. Chegando lá não o viu, então ligou de novo.

- Eu estou em frente ao lago e não vejo você.

- Olha para cima.

Ele olhou e viu ele. Em cima de uma arvore. Parecia uma criança aprontando. Todo sorridente de bermuda e camiseta.

- O que você está fazendo ai?

- Você demorou para chegar, decidi subir e ver você chegando. Então me diverti com você me procurando.

- Sem graça, desce logo.

Ronaldo pulou da arvore e pegou sua bolsa em baixo. Então se aproximou de Paulo e o abraçou.

- Saudades, quando você voltou do Rio?

- Ontem a noite.

- Deve estar cansado.

- Um pouco. Mas foi tão bom que compensa todo o cansaço. Mas me conta, como está a Jéssica?

- Não sei, tem duas semanas que não falo com ela.

- Ela viajou também?

- Não, nos dois separamos. Ela saiu de casa.

Paulo parou no meio do caminho. Ronaldo o olhou sério.

- Você está brincando né?

- Não. Mas não se preocupe, foi uma separação muito amigável.

- Como pode fazer isso, você prometeu que iria melhorar com ela.

- Não consegui Paulo. Porque não importa o quanto eu tente, meu coração já pertence a outra pessoa.

- Então por isso que você estava diferente, você estava traindo ela.

- Não, claro que não. Jamais faria isso.

- Então quem é a vagabunda que você colocou no lugar dela?

- Não é uma vagabunda.

- Não estou entendo mais nada.

Ele começou a andar mais rápido. Então Ronaldo o segurou pelo braço.

- Lembra que eu falei pelo telefone que queria te mostrar algo?

- Sim. Na verdade, você pareceu desesperado para que eu visse.

Ronaldo abriu a mochila e tirou seu diário de lá. Então estendeu para Paulo.

- Não leia aqui. Leia quando estiver em casa, sozinho por favor.

- O que é isso?

- Apenas leia, ai tem tudo que eu quero te dizer. Você me conhece bem, sabe que eu sempre fui melhor com as palavras escritas do que com as ditas cara a cara.

Paulo pegou o caderno assustado, mas não disse nada. Os dois foram em silêncio, cada um para sua casa. No caminho Paulo olhava o caderno curioso, mas esperou chegar em casa para abri-lo. Se jogou na cama e passou folha por folha. Percebeu o quanto era presente na vida de Ronaldo, não havia uma página que não falasse sobre eles dois, sobre a amizade. Sobre o quanto o fazia feliz. Chegando ns últimas o conteúdo mudou, estava mais triste, mais confuso. Mas ainda assim, era sobre os dois. Chorou muito quando viu os sentimentos de Ronaldo descritos ali. E na última folha, logo após a carta de Roberta, ele tinha escrito:

" Espero que não seja tarde demais. Não se preocupe, não quero que tome qualquer decisão que possa magoar alguém. Tenha certeza que estarei aqui, te esperando pelo tempo que for preciso... Te Amo. "

Paulo se sentou na cama e secou as lágrima em silêncio. Sentia-se mais confuso do que nunca. Sabia que ainda amava Ronaldo, sentimentos como aquele não sumiam do nada. Apenas se escondiam, como meias perdidas em uma gaveta no fundo do guarda-roupa. Mas agora ele havia aberto de novo aquela gaveta, e parecia que nunca tinha fechado. Sentia o coração acelerado, como se lhe cobrasse uma resposta aquilo. Sobre aqueles sentimentos. Nunca imaginou que Ronaldo um dia pudesse amâ-lo daquela forma. Sorriu ao perceber que depois de ano sofrendo com aqueles sentimentos ocultos, ele era correspondido.

Pensou que precisava conversar com Ronaldo, deixar claro seus sentimentos e suas intenções. Não podia fazer Leandro pagar pelo que ele sentia. Sabia que o namorado gostava muito dele. Não podia magoâ-lo, porque foi ele quem ajudou Paulo a passar pela dor do que sentia. Não sabia como explicar aquilo para ele. Mas precisava, porque não seria completamente feliz ao seu lado com os pensamentos em outra pessoa.

Ouviu quando a porta se abriu e rapidamente escondeu o caderno na sua parte do guarda-roupa. Secou o rosto e desceu. Leandro estava afrouxando a gravata e tirando o sapato quando ele se aproximou.

- Boa noite amor.

- Como foi o trabalho?

- O mesmo de sempre.

- Eu não fiz o jantar hoje. O que acha de pedirmos uma pizza?

- Por mim tudo bem. Não gosto da sua comida mesmo. Vou tomar banho.

Paulo deu um soco brincando nele e pegou o telefone para ligar enquanto ele ia par ao banheiro. Depois de comer pizza eles dormiram juntos e bem abraçados. Paulo demorou para cair no sono, não conseguia parar de pensar no que tinha acontecido a tarde. A duvida com certeza não era um bom sentimento.

CleberLestrange
Enviado por CleberLestrange em 17/02/2017
Código do texto: T5915746
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