Um Breve conto de amor!

- Passageiros com destino ao Rio de Janeiro, por favor dirijam-se ao portão de embarque numero 8.

Assim que a voz no interfone terminou de falar, Anderson se levantou do banco em que estava e se dirigiu ao portão mencionado. Arrastava uma mala de rodinhas e olhava as pessoas ao seu redor indo e voltando, todas alheias a toda a sua dor interna. Naquele momento ele era só mais um na multidão de pessoas naquele imenso aeroporto.

Olhava o mundo ao redor com a visão turva, e se estava assim era devido as lágrimas que insistiam em manchar seu olhar enquanto andava em rumo ao seu novo destino. Por mais forte que fosse a vontade de deixar as lágrimas descerem livres, ele se esforçava ao máximo para que eles continuassem aonde estavam, a tempos tinha decidido, iria fazer de tudo para esquecer todo sofrimento ocasionado pelo único homem que amou, e que agora estava se casando com outro, a quilômetros de distância.

Quando chegou no final da fila de embarque, ele secou o rosto e aguardou em silêncio a sua vez. Um relógio grande indicava 15:25, seu voo estava marcado para as 16:00. Só esperava que a fila andasse rápido e que ele não ficasse muito tempo em pé. Quando deu o primeiro passo na fila, ouviu alguém gritar seu nome no meio do saguão, assustado ele pensou ter sido engano e continuou, mas quando deu outro passo na fila, ouviu de novo. Quando olhou para trás não conseguiu acreditar no que via.

Marcos estava correndo pelo aeroporto em sua direção, ainda usava o terno do casamento, e estava suado, como se tivesse corrido quilômetros até ali. Anderson ficou paralisado tentando entender, deixou que outras pessoas passassem a sua frente. Quando ele se aproximou mais ainda gritando, ele saiu da fila. Marcos então parou na sua frente sorrindo ofegante.

- Caramba. Meu carro quebrou a duas quadras daqui. Tive que vir correndo.

- Marcos? O que faz aqui?

- Só um minuto, preciso recuperar o fôlego.

Ele ficou agachado na frente de Anderson com as duas mãos no joelho por alguns segundos. Depois se aproximou e ficaram frente a frente, a centimetros de distância. Quando Anderson ia falar, ele colocou o dedo em seus lábios e disse sério:

- Não fala nada, eu sou um idiota. Idiota por não ter percebido antes que o amor da minha vida estava na minha frente e eu nunca tinha percebido. Eu levei oito anos para perceber que minha vida não e nada sem você, e só aceitei quando vi você me dizer adeus. Foi terrível, foi como se eu estivesse perdendo a metade de mim.

Anderson deixou as lágrimas rolarem em seu rosto, sem pressa, sem medo. Enquanto Marcos que também chorava, alisava seu rosto como quem tenta deixar claro que nunca mais iria sair dali.

- Eu te amo Anderson. Eu amo tudo em você. E não e como amigo. E como homem, como a pessoa que mudou minha vida completamente. Como a pessoa que faz eu sorrir todos os dias, que me faz querer ir em frente. Que me dá motivos para nunca desistir.

Anderson estava sem palavras. Seu choro começou a se misturar com um sorriso. Então os dois se abraçaram forte. Ficaram minutos colados, como se fossem um só. Nada mais precisava ser dito. Nada mais parecia ter um sentido, além daquele sentimento que ambos compartilhavam um pelo outro. Era o amor na sua forma mais pura e cristalina.

Secando o rosto novamente, Anderson se soltou de Marcos e olhou para ele sorrindo.

- Eu esperei tanto tempo para ouvir você me dizer isso.

- Vou compensar todo esse tempo, dizendo todos os dias que eu te amo.

- Mas e sua família? E o Caio?

- Danem-se todos, nada mais me importa a não ser você.

A fila de embarque estava acabando. Anderson olhou para trás. Marcos segurou sua mão.

- Fica comigo. Não vá embora. Vamos morar no litoral, eu posso abrir um quiosque na praia e moramos na casa que minha tia me deixou de herança. Você pode ser professor em alguma escola pública de lá. Vamos construir uma vida juntos. Vamos ser felizes para sempre. Vamos envelhecer juntos.

Anderson sorriu. Então segurou a mão de Marcos e o beijou. Ele retribui o beijo com ardor. Algumas pessoas que passavam olharam, mas não disseram nada. E mesmo que tivessem dito, eles não teriam ligado. Quando saíram de mãos dadas em direção a saída do aeroporto, tinham certeza de uma coisa: o amor entre eles existia, era interminável, e daria forças e coragem para buscarem a felicidade para sempre, e isso ninguém poderia apagar.

CleberLestrange
Enviado por CleberLestrange em 26/12/2016
Código do texto: T5863833
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