Nosso mundo

Sinto falta é daquele cheiro, daquele tempo que não para de voltar em minha mente. Ali, vivi e lá, quero morrer. Com aquela felicidade que parecia eterna. Do jeito que tudo virava música e que o tempo corria tão perfeitamente devagar. Estar juntos era mais do que queria, do que desejava, era algo tão utópico, que palavras não fazem jus aquele momento.

Eterna juventude. Ainda escuto nossos risos de crianças, as conversas ocultas, as dúvidas inocentes, as conversas despretensiosas. Aquele mundo, tão nosso. Chamo de mundo, porque para nós, era tudo que existia. Nós e o nosso pequeno mundo, em que nada podia nos machucar e que ninguém poderia destruir.

Mas, o tempo passou e foi com ele levando o nosso mundo, alargando até que ficasse difícil vê-lo por inteiro. Achávamos que seria o nosso fim quando esse momento – que sabíamos que chegaria eventualmente – se instalasse em nossas vidas. O que ninguém podia prever, nem sequer imaginar era que NADA podia nos tocar.

Sim, passou o tempo, as pessoas, as conversas ganharam outro tom, as dúvidas não eram mais tão simples. E mesmo assim, apesar de ter todas as possibilidades contra, apesar da distancia, da vida corrida, das novas descobertas, nos mantivemos juntos. Claro, não com a frequência de antes, mas com a intensidade de quem nunca se afastou, de que nada se largou.

Isso me alegra e faz chorar, por saber que o nosso mundo não foi e não será abandonado. Sempre juntos. Os anos, para nós, são como segundos, não afetam a nossa relação e por fim, não afeta o nosso amor. Porque, o que sentimos é amor, a sua forma mais realista, mais exata e mais admirável.

Sim, sinto falta dos velhos tempos. Mas, quando vejo que o que temos hoje é tão puro quanto tivemos no passado, sinto orgulho de nós. Me alegra, me encanta. E só o que eu posso dizer é: Amo. Amo o nosso mundo. Amo esse nosso novo mundo. Amo vocês, por fim. E sei, e sinto que amarei até depois de minha morte, somos eternos, em nossas mentes e corações.