FANFIC - Clexa- THE100

Já faziam algumas horas que eu tinha sido informada sobre o míssil que atingiria aquela reunião. Não tinha nada que eu pudesse fazer para impedir que todos se machucassem. Era necessário, para o bem maior, que eu fingisse que não sabia de nada. Dei um jeito de chegar mais cedo ali, as pessoas ao redor... meu estômago embrulhava ao observá-las e perceber que nem todas sobreviveriam. Pedi para ser levada até a cabana de Lexa, fui acompanhada até uma cabana grande, bem destacada dentre outras cabanas, sua entrada era toda revestida com pele de animais e suas respectivas cabeças empalhadas, a postos haviam dois guardas, deveriam ter aproximadamente o dobro de minha altura, os dois se puseram diante de mim, impedindo que eu adentrasse o local, por um momento senti um nervosismo tomar conta de mim, será que eles suspeitavam que eu sabia de algo? Tal pensamento se dissipou quase que imediatamente, afinal, Lexa era a comandante e era óbvio que teria guardas a postos. Respirei fundo e tentei buscar palavras que saíram quase que sem pensar muito: Ai laik Klark... kom Skaikru. Não foi necessário eu terminar a frase, assim que meu nome foi dito, os guardas abriram o portal revestido por pele, para que eu pudesse entrar. Era de se esperar que os aposentos de Lexa seriam de total realeza, pude notar que a cortina de pele se fechava logo atrás de mim assim que entrei, meus olhos percorreram por cada metro quadrado do local, até que pude vê-la em uma banheira de madeira cheia de pétalas roxas e amarelas, fiquei paralisada por uns instantes, sem saber o que fazer, fui caminhando lentamente ao encontro da banheira, fiquei parada alguns metros dela, até que o suave e melódico som de sua voz me despertou de uma linha de pensamentos impróprios: Clarke, imaginei que chegaria mais cedo... - ela falava enquanto ia lentamente se levantando da banheira, gotas de água rolavam sobre seu corpo levemente bronzeado e não pude deixar de notar uma pétala roxa que ficara grudada no fim de suas costas nuas, tentei desviar meu olhar, porém era impossível. Numa espécie de surto de coragem, me dirigi até ela e tirei a pétala intrusa. Lexa me olhou como se pudesse enxergar minha alma através de meus olhos em seguida sorriu com sutileza e com um tom suave e complacente acrescentou: Fique a vontade, Clarke. Disse e gesticulou apontando ao redor. Eu estava intimidada, não sabia ao certo o que acabara de acontecer ali, uma sensação estranhamente boa tomava conta de meu corpo naquele momento, um calor pouco familiar subia por minha espinha, sem demora me sentei na beira da cama improvisada porém muito confortável que havia ali, ficando de frente a Lexa, ela estava em pé mas ainda dentro da banheira. Foi então que finalmente pude observar atentamente cada detalhe seu, de maneira descarada meu olhar percorria de seus cabelos, presos em um coque mal feito, até suas pernas. Ela parecia não se importar, apenas deixou que eu a observasse como se ela fosse uma espécie desconhecida, todas suas formas eram absolutamente perfeitas, suas curvas lhe cabiam tão bem e a tornavam tão irresistível. Involuntariamente apertei minhas coxas uma na outra, minha intimidade se atiçava cada vez mais a medida que eu a olhava. Percorri meu olhar até o seu, que por sua vez também estava fixo em mim, o silêncio já nos constrangia e eu não tinha a mínima ideia de como agir, ela sapientíssima o interrompeu: Eu prefiro me secar ao natural, deixar que a água evapore espontaneamente de minha pele, Clarke. - disse ela com um breve sorriso nos lábios enquanto saía de dentro da banheira- Deu alguns passos até um biombo, feito com galhos e uns outros pedaços de madeira, tirou de cima dele uma espécie de roupão de pele de algum animal que eu não tinha visto, eu a admirava incansavelmente e quase sempre era interrompida pelo embalo gostoso de sua voz: Posso saber o que deseja, Clarke?. Era tão sedutor a forma como ela pronunciava meu nome, era como se me fizesse flutuar, tentei me recompor, em seguida me levantei e caminhei até o meio do aposento. Ela vestia o roupão e foi o tempo necessário para eu cair na real do quão grave era a situação. Com palavras trêmulas, comecei a contar-lhe o que havia descoberto: Lexa, Mount Weather vai lançar um míssil aqui, vai matar todos nós. Precisamos avisar tod... Ela me interrompeu, e foi logo me entregando uma capa e pondo outra em si: Vista isso, podemos sair sem sermos notadas... Meu olhar estava atordoado e acompanhava seus movimentos rápidos de um lado a outro: Não podemos fugir sem avisar a todos, eles vão morrer, Lexa você não entendeu o que eu acabei de dizer? Ela segurou meu punho com firmeza e foi me puxando rumo a uma saída escondida por trás da cabana: Venha comigo! Não podemos avisá-los e você sabe disso! Eu terminei de vestir a capa que ela me dera e a segui rumo a mata, estava escuro e ninguém nos notaria. Corremos uma distancia considerável até encontrarmos abrigo em uma caverna entre as rochas, estramos rapidamente e ali ficamos esperando que o pior acontecesse. Meu coração estava disparado, nenhuma palavra foi dita no caminho e me assustava a forma como ela não sentia nenhum remorso por deixar várias pessoas morrerem ali, pessoas que a seguiriam aonde fosse: Você não sente culpa? -perguntei ainda indignada com aquilo- Lexa respirou fundo e em seguida se levantou para que pudesse sentar ao meu lado: Isso se chama liderar, isso foi necessário. Não me orgulho, mas tenho tudo o que preciso aqui comigo... Ela pôs a mão sobre a minha e a apertou carinhosamente, não pude deixar de fitar seus olhos, era primeira vez que eu notava vulnerabilidade nela, era como se fosse um nervo exposto, toda aquela postura havia se dissipado, ela me olhava com ternura e foi naquele momento que eu soube, eu a seguiria aonde fosse.

Miss Cherrie
Enviado por Miss Cherrie em 06/09/2016
Reeditado em 07/09/2016
Código do texto: T5752708
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