Noah Flint
 
Capítulo 23 – Despedida
 
   Na manhã de segunda-feira acompanhei Steve até o Hyatt Regency Morristown onde estava hospedada Margo e seus avós. Ele já estava melhor, com o velho sorriso no rosto.
-Está tudo bem? – perguntei.
-Claro, e você?
-Ainda preocupado com você.
-Ora, por quê?
-Você não era alguém que eu esperava ver tão abalado. Então, talvez seja a hora de saber o que fazer nessas situações.
-Que ridículo. Você ainda se preocupa demais com coisas desnecessárias. Olívia ainda não está satisfeita com tudo isso e você sabe, mas prefere se iludir com o fato de eu estar triste e essa tentativa de me ajudar nada mais é que uma “redenção”.
-Não creio que seja isso, apenas não o quero ver mal, você é meu amigo e é meu dever estar do seu lado. Não acha?
-Você se considera mesmo capaz de ajudar alguém Noah? Não consegue nem mesmo se ajudar e quer me ver bem, primeiro comece por você.
   Calei-me até chegarmos ao hotel, ele perguntou na recepção em qual quarto Margo estava. O jovem que nos atendia parecia desconfiar um pouco de nós.
-Relaxe, a mãe dela faleceu, somos amigos e quero apenas me despedir antes que ela vá embora. – argumentou Steve.
-Tudo bem, sigam-me. – respondeu George.
-Você é muito eficiente rapaz.
-Obrigado Senhor, mande lembranças a sua irmã, Olívia não?
-Mando sim. – Steve me olhou após ele nos deixar sozinhos no corredor. – Acho que você tem concorrência. – completou.
-Haha, você sabe que ela gosta de mim. – respondi.
-Espero que você também saiba. Enfim, vamos entrar. – ele deu dois toques suaves contra a porta.
   Ouvimos passos que logo se cessaram, uma voz baixinha respondendo a uma voz mais idosa e cansada e finalmente a maçaneta começou a se mover.
-Steve! – anunciou Margo. – Muito bom vê-lo de novo. – ela se aproximou e o abraçou.
-Olá Margo, não sou muito fã de despedidas, mas não poderia deixar-lhe ir embora sem a ver mais uma vez.
-Obrigada, fico feliz que tenha vindo. Querem entrar? – perguntou.
-Não, não queremos incomodar. – respondeu ela.
-Ah, tudo bem.
   Steve abriu o bolso de sua camisa xadrez e dele tirou um canivete suíço, era de um vermelho brilhante muito bonito, o ergueu e entregou a mão dela.
-Posso lhe pedir um favor? – perguntou ele.
-Claro.
-O entregue a seu irmão, um bom homem sempre precisa ter um canivete a disposição. Pode usar estas palavras se preferir, espero que vocês dois possam se reaproximar.
-Obrigada, é lindo, creio que ele irá adorar.
-Tenho certeza que sim.  Ah, mais uma coisa, continue lendo bastante, isso é o melhor dos exercícios para a nossa mente.
   Ela o abraçou mais uma vez e começou a chorar, Steve colocou uma de suas mãos sobre os cabelos dela, sussurrou algumas palavras em seu ouvido e logo se separaram novamente.
-Boa viagem e não se esqueça de explorar esse mundo.
-Obrigada.
 
 
 
Johan Henryque
Enviado por Johan Henryque em 09/08/2016
Reeditado em 22/09/2016
Código do texto: T5723426
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