AMORES IMPERFEITOS

Amores Imperfeitos

Pobre mulher que não acredita mais no amor, ela costumava acreditar na beleza das palavras, na verdade que via em seus olhos, aqueles olhos verdes cor de folha seca que tanto a encantava, ela podia passar horas e horas olhando em seus olhos que nunca enjoava... adorava isso.

E quando a troca de olhares vinha acompanhado daquele beijo gostoso que tanto aquecia seu corpo por inteiro, ela acreditava que era a dona do seu coração.

Pobre coração iludido! Mal sabia ela que ele não partilhava da mesma intensidade sentimental que ela, aliás, ele não nunca sequer tinha dado a menor importância aos sentimentos dela, ao amor que sentia por ele que tanto a fazia sonhar.

Ela era muito jovem quando o conheceu, ele fora o seu primeiro amor, desde a época do colégio, mas foi só depois do colegial que um entrou na vida do outro. Aos vinte anos, em uma bela tarde de domingo, ela passeava pelo shopping quando cruzou em seu caminho, seus olhares se encontraram e foi amor à primeira visa, pelo menos para ela. Era uma paixão tão avassaladora que precisou apenas de uns telefonemas, umas trocas de mensagens e já tiveram seu primeiro encontro: um jantar à luz de velas sob o luar num belo parque. Após o jantar, como ele não perdia tempo, sabia exatamente o que queria, a seduziu e ela, ingenuamente, se deixou ser seduzida por aquele rapaz tão galanteador. Ele se tornou o seu primeiro relacionamento que envolvia corpo, alma, mente e coração.

Assim as semanas foram se passando, cerca de quatro meses após o namoro, ela começou a perceber que ele estava começando a se ausentar, não atendia mais suas ligações, demorava para responder suas mensagens, e sempre vinha com uma desculpa esfarrapada... isso estava começando a deixá-la desconfiada, mas preferia guardar suas desconfianças para si, tinha medo de o perder.

Pobre sonhadora iludida! Sequer tinha conseguido alguma vez tocar ou domar seu coração.

Mesmo sabendo que seu namoro não iria durar muito tempo, continuava a se entregar a ele quando estavam juntos, até que o baque foi certeiro: ela engravidou e ele não assumiu sua responsabilidade paterna, pois acreditava que uma criança atrapalharia os seus planos de se tornar um músico famoso...

Ao invés de ser o seu apoio, ele se tornou o seu maior pesadelo, para deixar bem claro que não queria mais nada com ela, tramou um encontro para que ela o flagrasse aos beijos com uma outra qualquer.

Pobre menina mulher! Foi atirado em seu colo a responsabilidade de ser mãe e pai ao mesmo tempo! Será que daria conta? Será que seria capaz? Ela era tão jovem, nem tinha chegado ainda aos 21...

Conforme sua barriga foi crescendo, sua maturidade fora se aproximando e ela começou a pensar não só na criança, como também em si mesma: prestou o vestibular, passou numa universidade pública e começou a estudar Pedagogia, pois as horas trabalhadas lhe permitiriam ser mais participativa no dia a dia de sua filha... e assim ela conseguiu pouco a pouco construir solidamente o seu castelo.

Alguns anos se passaram e já não se vê em seu olhar vestígios da garota que fora um dia, a vida lhe ensinara da maneira mais cruel que jamais se deve colocar a mão no fogo por amor. Hoje, ela já não consegue mais se entregar, devido as mentiras do amor, ou melhor, da ilusão... ela se cansou de se debulhar em lágrimas.

Pobre mulher! Ela não sabe o que acontece consigo. Será que essa é sua sina, amar amores imperfeitos?

BARBARA MARIA e GABRIELA ALVES
Enviado por BARBARA MARIA em 04/07/2016
Código do texto: T5686947
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