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Entrou na casa da mãe como se entra na de um estranho: "Faz cinco anos, não é?" – perguntou, hesitante. A mãe lhe respondeu: "Sim, cinco anos." – enquanto enchia a chaleira com água. Quis matar a dúvida: "Você o amava?" – reticente. A voz estranha se tornou familiar: "Só porque moro sozinha duvida de mim? Ainda faço café para dois. Quer?" – Num abraço uniram-se sorriso envelhecido com lágrimas jovens e duas vozes melosas adoçaram o café.