A meia luz
Aparecida Linhares
(Serahnil)

André espera recostado à cabeceira da cama bem a vontade, no rosto estampa a calma de quem tem tempo e pode esperar uma eternidade.
Tem a consciência que será o primeiro homem na vida sexual da jovem que aguarda chegar a qualquer momento, bebe seu drinque em pequenos goles, não demonstra inquietação, não vigia a porta deixada entreaberta.
Ouve os passos de Ana Beatriz chegando, denunciados pelos saltos altos e não muda de posição, checa com o olhar rapidamente todo o ambiente preparado com bom gosto e expectativa. Na mesinha no canto a sua esquerda está o arranjo de rosas amarelas cuidadosamente ornadas com flores do campo brancas e alguns delicados raminhos verdes. Próximo, uma bandeja com duas taças e o balde onde repousa uma garrafa do melhor champanhe.
A música ambiente no volume mínimo é “Califórnia dreamin” - The Mamas and The Papas – Ele sabe ser uma das músicas preferidas de Ana Beatriz.
O abajur de cabeceira já se encontra a meia luz. Tudo está perfeito para a primeira vez de uma mulher, menina que André ama desde o colegial.
Ouve a porta se abrindo e volta toda a sua atenção para ela. A silhueta desenhada no portal o faz estremecer, um arrepio percorre a sua espinha e um suspiro profundo é contido. Ali está a sua frente à mulher que o faz sonhar e acordar suado desde a adolescência.
Ela entra cabisbaixa e olha para André com uma olhar fugidio, trêmula caminha em direção aos braços que se estendem para recebê-la. Braços que a toma e puxa aconchegando-a ao seu peito nu semideitado, a comprimindo levemente num abraço, por alguns minutos apoia o queixo na cabeça da jovem e aspira o aroma dos cabelos bem tratados que cobrem parcialmente o rosto da menina sensível visivelmente encabulada. André percebe o coração acelerado batendo contra o seu. Alisa os cabelos dela e os coloca para traz liberando a visão da fisionomia que ele tanto ama e quer, beija-lhe os olhos fechados, após docemente a segura pelo queixo, movimento que a faz encarar diretamente os olhos negros flamejantes a sua frente e não desviar mais o seu olhar. O beijo é terno a princípio e como um turbilhão ganha força. André passeia a mão pelas costas de Ana Beatriz e a enfia por baixo da blusa tocando o fecho do sutiã que guarnece os seios firmes encostados ao seu peito, que agora tem um coração descompassado. Volta a passear a mão na pele suave parcialmente desnuda, e não mais semideitados, Ana Beatriz desafivela o cinto de André.
A música de fundo no momento “Je t'aime moi non plus” na voz de Lara Fabian.


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Aparecida Linhares (Serahnil)
Enviado por Aparecida Linhares (Serahnil) em 20/03/2016
Reeditado em 10/06/2017
Código do texto: T5579060
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