Uma lição para recordar

“ Roberta é uma menina rebelde, só quer saber de bagunçar a vida de sua mãe Eloisa. Roberta vive com sua mãe depois da morte do seu pai Antônio e a convivência das duas nem sempre é agradável. Roberta menospreza sua mãe pelo fato dela ter se divorciado de seu pai meses antes dele falecer, ela culpa sua mãe pela morte de seu pai. Seu pai morreu de câncer no cérebro e Roberta não se conformou com a morte dele, pois ele sempre foi seu exemplo e estava sempre ao lado dela. ”

- O que tem para comer? Pergunta Roberta.

- Batata frita, sala e lasanha, do jeito que você gosta. Responde Eloisa.

- Isso está horrível. Diz Roberta.

- Mas é do jeito que você...

- Você não presta nem para fazer uma comida decente? Como eu queria que meu pai estivesse vivo.

- Minha filha, eu tento fazer de tudo para te ver bem.

- Então por que você não morre logo, e traz meu pai de volta? Diz Roberta.

Eloisa deixa Roberta na cozinha e vai para seu quarto chorar. Ela nunca entendeu o porquê que Roberta não a aceita como mãe, Eloisa sempre tenta dar o seu melhor para a filha que a rejeita e que a odeia.

No dia seguinte pela manhã, Eloisa recebe um telefonema da escola de Roberta, dizendo que ela estava reprovada e que precisa comparecer na escola nos próximos três sábados para tentar recuperar suas notas. A mãe tenta conversar com a filha, mas Roberta diz que não se importa em reprovar mais um ano. A convivência das duas nunca foi boa, sua mãe sempre tenta ajuda-la, mas Roberta nunca está disposta a mudar e aceitar sua mãe.

Quando Roberta chega em casa, percebe que sua mãe, ou melhor dizendo, Eloisa, não estava se sentindo bem. Mas Roberta não estava nem aí para ela, então vai para seu quarto. Na mesma noite, Eloisa não estava se sentindo bem e por isso nem saiu do quarto e Roberta já começou a discutir pois queria que Eloisa se levantasse para fazer algo para ela comer. Roberta vai até o quarto de sua mãe e começa a brigar com ela, e Eloisa estava tentando dizer que não se sentia bem quando Roberta a pega pelos cabelos e a joga no chão dizendo palavras que ofendia cada vez mais Eloisa. Eloisa não tinha reação, estava quase inconsciente quando desmaia e tudo fica escuro.

Eloisa acorda em uma cama de hospital e Roberta estava ao seu lado.

- Porque não me contou? Perguntou Roberta.

- Não queria te preocupar, na hora certa eu diria.

Roberta não sabia fazer mais nada a não ser chorar, sua mãe estava com câncer. E o que ela deveria dizer? Menosprezou sua mãe sempre que podia, culpava ela pela morte de seu pai, e agora, sua mãe estava morrendo e Roberta ficaria sozinha. Uma dor no peito corroía Roberta, dor de pena, se sentia culpada, Roberta agrediu sua mãe. Ela não sabia o que dizer para Eloisa, só sabia chorar em silêncio. Eloisa pegou no sono novamente e Roberta aproveitou e foi até a sala do doutor conversar com ele sobre sua mãe.

- Olá doutor, posso entrar? Pergunta Roberta.

- Pode, entre.

- Minha mãe vai morrer?

- Não podemos nos precipitar Roberta. O caso da sua mãe é muito delicado e ainda não sabemos ao certo que tipo de câncer sua mãe possui.

- Não quero perde-la, fui uma péssima filha todos esses anos, não sei se aguentarei.

- Minha filha, agora é a hora de dizer o quanto você ama sua mãe. É hora de consertar tudo de ruim que você fez para ela. Diz o doutor.

Roberta sabia o que devia fazer, mas a tristeza em seu coração não a deixava pensar. Era hora de se redimir com sua mãe e parar com as brigas.

DOIS MESES DEPOIS...

Eloisa já estava em casa. Sem nenhum fio de cabelo. Nos últimos dois meses, Roberta se encarregou de cuidar de sua mãe. Roberta mudou. Estava completamente diferente, e começou a amar mais sua mãe e demonstrar o que sentia para ela.

- Filha, por favor. Diz Eloisa, chamando Roberta.

- Oi mãe.

- Venha até aqui, acho que...

- Não fala isso mãe, você está bem. Diz Roberta.

- Você sabe que sempre amei você, não sabe? Quero pedir desculpar por qualquer coisa que eu tenha feito que você não gostou. Me perdoe. Eu te amo muito filha.

- Mãe, para. Eu que devo desculpas a você. Fui uma péssima filha nesses últimos anos, você tem sido tão atenciosa comigo e eu nunca retribui todo o amor que você me deu, eu que devia morrer no seu lugar, eu que devia estar com essa doença e não você. Deus vai me castigar da pior maneira, levando você e me deixando sozinha.

- Você nunca estará sozinha minha filha, eu e seu pai estaremos olhando você lá do céu.

- Por favor mãe, não me deixe. Não sei o que será de mim sem você. Mãe, eu te amo. Eu te amo muito.

- Eu te amo minha filha.

Eloisa faleceu naquela mesma noite, Roberta ficou inconsolável pedindo a Deus que levasse ela no lugar de sua mãe. Mexendo nas coisas de sua mãe, Roberta encontrou uma carta que dizia “para Roberta”.

Para Roberta:

Minha amada filha, te peço desculpas por te deixar tão cedo. Me lembro até hoje de nós duas no parque, eu te ensinando a andar de bicicleta. Os tombos e as risadas, nunca esquecerei. Você cresceu! É uma linda moça. Está com 17 anos, e tem uma vida linda pela frente. Quero te dizer que te perdoo por todas as coisas que você tem feito, aliás, se você não tivesse feito, nunca iriamos passar todo esse tempo juntas. Eu te amo minha filha, com todos os seus defeitos e os meus. Quero te agradecer por cada sorriso e cada lágrima que me fez ter nesses últimos meses, posso dizer que estou realizada e que já posso seguir para o céu pois minha missão já está cumprida. Você mudou para uma pessoa melhor, isso é o mais importante.

EU TE AMO, DE SUA ETERNA MÃE, ELOISA.

Precisamos dar mais valor para os nossos pais, não sabemos o dia de amanhã, amanhã pode ser o último dia de vida deles. Agora é a hora de irmos lá e dizer “eu te amo”, “me desculpe pai e mãe, eu te amo”. Não espere chegar a morte de seus pais para dar valor a eles, não espere eles irem embora para mudar e dizer o quanto os ama, diga agora, fale agora, o tempo é curto e a vida é passageira.

David Alex Siqueira
Enviado por David Alex Siqueira em 06/12/2015
Reeditado em 06/12/2015
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