A folha mais seca

Tenho medo de guardar coisas. Tenho medo de compreender o que é o medo. Durante quatro anos tenho estado apaixonado pela mesma pessoa que nunca deixou de esperar me detestar. Esperava certamente que nunca me visse novamente. Durante uma semana, após ter me declarado sobre um sentimento carregado de peso, nos encontramos. Estava queimando por dentro. Derrubei todas as roupas do guarda roupas, e vesti as duas primeiras peças que puxei. Talvez pelo mesmo nervosismo, eu tenha colocado um pé diferente de sapato em cada pé. Mas só pude perceber isso no meio do caminho. Entrei no táxi, e mal conseguia pedir para que o motorista desse partida. Minhas pernas tremiam, minhas mãos suavam. No tempo de encontro a ele, eu liguei para quase todos os numeros da lista. Eu só dizia "Estou todo errado, todo errado!". Pensava em ligar desmarcando, mas ele já tinha saído de casa. Me odiaría. Não recorrería a outra chance. Então segui em frente sabendo que no momento que me visse, nunca mais iria me encontrar. Olhei pelo espero no carro, o camarão que tinha comido no dia anterior e que me custou uma reação alérgica ainda fundido na mesma. MEu queixo vermelho, minhas mãos suavam e minha perna tremia. Inclinando um pouco mais a cabeça, meu cabelo mal cortado e bagunçado. Ele nunca mais iria querer me encontrar, e... Provávelmente nunca mais iria atender uma ligação minha, ou retornar minhas mensagens. O estômago aperta. O suor desce da testa. Minhas mãos molhadas tremem. Minha perna treme. Meu corpo quase entra em estado de decomposição. Talvez eu tenha sorte se o carro bater num caminhão e apenas o motorista sobrevivesse. Espero que ele tenha seguro, e... Então eu ouço o cara que dirige. Ele diz: - Me desculpe ter ouvido a conversa, mas é que meio que não deu pra evitar. Mas se acalme. Vai dar tudo certo. Mas você parece estar realmente apaixonado, ein... - Meu pescoço endurece e eu mal posso olhá-lo. - Esse garoto... - ele continua. - ele realmente vale a pena. Alguém que nos deixe nesse estado, realmente vale a pena. Não se preocupe. Ele vai gostar de te ver. - Agradeço. Chegamos. Dou-lhe um terço a mais do que foi a passagem. Ele parece ser alguém legal. Atravesso a passarela. Ele me liga. Meu cabelo! Vejo uma loja de bonés na descida da passarela. Corro na direção da loja. Digo que estou chegando. Compro o primeiro boné que me pareceu interessante. Estou todo errado. Ele está logo após à esquina. Vou de encontro a ele. Então o avisto. Está mais bonito do que quando nos visto pela última vez há quatro anos. Ele sorri de longe. Estou todo errado!. Ele me abraça. Digo: - Estou todo errado! - Ele ri.

Antes de irmos para minha casa, eu gostaria de passar algum tempo junto dele. Quando saí de casa tinha muita gente. Muitos amigos dos meus irmãos. O cara que foi terminar a reforma do meu quarto. E o meu padastro que desejou muito limpar o ar-condicíonado. Não entendi, mas deixei-os no meu quarto revirado. Eu não conseguia olhar nos olhos do junior. Eu iria derreter. Mais por ele estar do meu lado do que pelo calor. TOmamos um táxi e fomos ao cinema. Faço amizade rápido. Sou bem comunicativo quando estou nervoso, ou quero imprecionar alguém. Troquei conversa com esse novo motorista. O menino mais lindo observava, ou pensava que deveria voltar para casa. Descemos do táxi, e enfrentamos uma longa fila no cinema. Finalmente entramos na sala. Eu ainda estava nervoso, suava, minhas mãos tremiam. E agora eu não conseguia parar de olhá-lo. Durante a primeira hora do filme, eu tentei tocá-lo, mas minhas mãos não paravam de tremer. Eu não tinha controle sobre mim. Eu só pensava em como eu o queria pro resto das minha vida. finalmente ele deitou a cabeça no meu ombro. Respiro fundo e solto um sorriso. Ele ri com um pouco de extravagância e bate a mão no meu braço. O que faço!? Estou mil vezes mais nervoso que dois minutos atrás. Meu corpo todo fica formigando. Não sinto meus braços. Não paro de olhá-lo. Ele percebe e ri. Alguém na poutrona de trás me encosta. É uma mulher. Ela diz que agora é a hora de tocá-lo. Ela sugere que eu ponha a mão na coxa dele. Ninguém perceberia. Sem hesitar eu ponho a mão. Agora ele fecharia a cara e tiraría a minha mão. Mas não se mexe. Mantenho as mãos. O namorado da menina que está atrás de mim se inclina e pede para que eu suba a mão um pouco. Hesito, mas assim faço. Ele não se mexe. Permaneço a mão assim por todo o filme. Ele se queixa que está frio. meu corpo está tão quente, minha mão soa o bastante para que eu a limpe a cada dois minutos. Não sinto frio. Não presto atenção no filme. O filme é legendado. Esqueço todo meu inglês. Esqueço até mesmo o português. Não presto atenção em nada. Só nele. Em como o sorriso dele é limpo. Em como os dentes dele são alinhados. E como eu quero viver o resto da minha vida com ele.

O filme acaba. Resolvemos então ir para minha casa. Ele sente fome, então passamos em um fast food. O ônibus dá muitas voltas, então demoramos mais que o dobro do tempo. Acabou a luz em bairros vizinhos. Começo a ficar em tensão novamente. Quando chegamos em casa, percebi que não tinha comido nada todo o dia. Acendi um cigarro. Perguntei se ele se importava. Disse que não. Fumei enquanto ele comia. Aproveitei o mesmo tempo para escovar os dentes. Volto, e ele diz: - E então... - digo,- então?... - Estou demasiadamente nervoso. Meu coração parece sair pela boca. Conversamos. Ele compreende que o amo. Que tudo o que disse durante essa última semana foi verdadeiro. Veio então de mim uma força desconhecida. Meu coração parou de bater por menos de um segundo e voltou como um soco. Eu em cheguei perto dele, e o beijei. Ele sorriu e me puxou para trás da janela. Nos amamos...

Yuri Santos
Enviado por Yuri Santos em 06/03/2013
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