Contorno do Vento

Bem, então você se encontra no mesmo estado físico e mental de um ano atrás. Onde toda aquela neblina quente te envolvia tocando como poesia cada canto do banheiro. Então o mesmo pensamento lhe tocava a mente enquanto você encontra a meia visibilidade turma a toalha amarela – “Quando assim, ele sairá de minha mente”. Então você se perguntava sem mesmo tentar procurar a resposta. Alguns minutos vão passando enquanto outros pensamentos, como o tempo poderia não existir tomam o lugar do precedido. Você sente que tem a força de uma onda, porque ao mesmo tempo em que todas as musicas são amáveis aos seus ouvidos, elas te irritam de formas mútuas. Mas você pode sentir todo aquele amor te tocar de forma doloroso, e você pensam em até procurá-lo novamente, porque até então são só três quarteirões de seu itinerário. Porém tudo o que poderia estar de volta se torna soluto. Todos os seus amigos se tornam compreensíveis, e você se torna doente todos os dias, apesar de estar em uma felicidade ativa. Mas o a felicidade agora é apenas retrato da supercialidade.

Bernard Meligrasse, um jovem professor secundário. Em seu tempo levava os jovens rapazes à loucura com seus olhos que eram conduzidos por seus cabelos negros. Hoje em dia posso observar o quanto as expressões lhe tocavam o rosto. Começou a comparar seu amor com os livros de Sagan. Nada mais poderia se tornar real, além do que lhe poderia ser já real. Costumava tratar seu velho amor, como uma fábula fictícia, porem nada mais teria se não uma moenda sentimental. Começou a conduzir seu frágil volante por novos vales, até então tomar coragem de bater seu carro na avenida mais movimentada da cidade. Pensou pousadamente em mudar sua liderança, mas todas as lembranças o perturbavam. Ele poderia sentir que Nicolas Jhons não era apenas uma vaga lembrança viva, e que apesar de todo peso de sua alma liberada diante da separação de seus corpos, ainda sim havia momentos que se tornavam reais. Foi na última segunda-feira então que todas as vontades ocultas se tornaram mais imóveis ainda. Porque não haveria razão alguma para se manifestar diante de um amor, se o mesmo não quisesse amar.

Sete dias se passaram e eu pude ainda lhe escrever uma carta. Lá comparei-lhe a uma árvore que dá de vista a minha janela. Em todos os momentos, em grande parte encontrasse mais florida do que no outono. Todas as folhas e flores caem e nada mais resta se não galhos secos e vazios de vida. Assim você é. Você se movimenta com felicidade cheio de amores, em posse de mil mais corações, elogios e morte dos sentimentos de seus amantes. Mas então quando o outono chega você está só. Quando o Outono chega, não há mais amantes se não as raízes que te sustentam. Assim me sinto, me sinto como uma raiz, porque embora você seja podado, eu sempre estarei lá. Sempre estarei sendo seu suporte frente a todos os momentos. E talvez eu esteja cansado de me comportar como uma raiz, imóvel, apático e limitado. Quando ouço dizerem seu nome é como se uma veia minha se estourasse, porque não há mais conseqüências de amor em que eu possa me comprometer, porque não há mais limites meus que eu não possa quebrar apenas para te curar, apenas para te salvar do mal. Porque você não conhece nada além dos seus termos. Hoje fiquei sabendo que você não suporta o alimento à três dias. Que há três dias você não suporta o fato de estar confuso. Que você gostaria de me ter por perto apenas para incomodar o seu lugar. Mas todos os mortos já se sacudiram, e eu nem vejo mais as fotos do fim de Dezembro. Todo aquele aquecimento de memórias boas, foram torcidas no contorno do vento. Porque não há mais causo de amor para ser contato, ou alguém para punir, ou uma verdade para ser achada. Não há mais visibilidade além das montanhas, ou desespero nos fins de semana, alegria no começo do mês e brigas no fim da tarde. Não existe vida em Bernard Meligrasse, porque além da matemática escrita por ele nos quadros de giz, não há nada que possa explicar como preencher o novo vazio deixado por você. Então, o que você quer? Porque você não pode sentir como é difícil entender, mas enquanto você continua apimentando seu coração, todos os fins de tarde de Domingo eu posso me encontrar no mais alto do pensamento mirando o sol se por como uma chama laranja a consumir as nuvens. Algumas vezes percebi que o pôr-do-sol se declarava com cores diferentes, mas a qual eu mais me familiarizava era o das tardes de Domingo, enquanto eu preparava o chá com folhas recém colhidas.

Não posso falar sobre saudade, mas posso falar sobre corações feridos. Embora todos os momentos em que você dissesse que não me amasse se tornasse real, eu ainda podia me consumir em desculpas. Porque eu pagaria no meu último suspiro por apenas um imenso desgosto de amor.

Yuri Santos
Enviado por Yuri Santos em 30/03/2012
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