Corrego da vida

Não se sabe quanto tempo passou desde estivera parado ali. Pensou nela. Pensou em como o vento levando as folhas da árvore parecia não machuca-la e mesmo assim, em como o seu ato tirava dela (árvore) parte de seu ser. Teria sido isso que ela - a qual o nome doía só de pensar e pronuncia-lo parecia impossível – tinha feito a ele ou seria ao contrário? Não sabia e tinha a sensação que nunca seria capaz de responder. Tudo que tinha consciência era de que algo havia mudado, uma parte havia se perdido mas quem a roubou, quem a tirou de lá, era incapaz de saber.

Desceu o córrego, observando a corrente de água que levava consigo as folhas caídas. Pensou em pega-las, mas do mesmo jeito em que a ideia correu em sua mente, desistiu. Não podia alterar o curso das coisas, não podia mudar o natural. Não podia trazer ela de volta, nem podia voltar ser o que era.

Teriam sido eles como folhas ao vento, que resistem o máximo que podem mas que eventualmente, como tinha que de ser, se soltaram, se perderam no vento cada uma de um lado de um córrego que nunca para, numa diminui a velocidade, nunca acaba.