Um amor secreto

De repente se fez a luz e pude avistar um encanto feminil. Ali estavas, em meio à luz que iluminava os teus olhos tão ditosos, os teus lábios tão singelos e as tuas curvas exultantes.

Pude vê-la um anjo, movendo-se ao som da lira que soava em meu íntimo.

As tuas mãos seguiam junto à toada do meu coração pulsante.

Todo o teu corpo me desperta frenesi e pude notar-te a sensualidade casta, pois a pureza dos teus olhos é indecifrável.

És, por sorte, minha admiração de todas as noites, e as estrelas do firmamento te suplicam um passo esplêndido que executas com notável perfeição.

Quem dera Deus me mostrasse o caminho do teu coração. Assim poderia conquistá-la todos os dias, recitando-te alguns versos românticos, como denotando a vossa formosura à luz das estrelas mais brilhantes.

Aqui jaz o meu refúgio, escrevendo-te delícias do meu amor não correspondido.

Brilhas com vigor e jazes em minha memória, em que eu atrevo enunciar-te versos e criar efeitos para que me notes.

Contudo sinto-me só e esqueço-me da minha própria imagem, pois em sonho me vens consumida de graça, e me sorrias, e me abraças, e me sussurras “Amo-te.”

Quão rara flor dos campos majestosos! És a mais bela das criaturas que posso avistar. E ao navegar em teus olhos, sinto a tua essência, e ela é divina. Pois estás sob a luz de Deus, que a tem em sua rede, que me alcança ininterruptamente.

E se sorrias, tens o sorriso mais angelical; se caminhas, tens o caminhar de uma gazela; se me fitas, teu olhar representa a chave para o meu coração.

Embala-me cá dentro! Vem, e me abrace com singeleza.

Vens em minha direção, mirando-me com suma graça...

Como és encantadora!

O teu sorriso é majestoso e consome a minha alma.

Assim está, pois, este amor secreto, que me faz ínfimo em relação à tua grandiosidade.

Certo dia a trarei aos meus braços e suspirarás de paixão, pois farei de ti a mais venturosa de todas as mulheres.