UMA VIDA PERFEITA – 2 O Reencontro.

Rapidamente Jhonny desceu pela Rua das Magnólias em direção à academia de danças. Ao chegar lá percebeu que estava fechada, decidiu bater pra ver se aparecia alguém.

– Olá! Boa tarde! Tem alguém aí? Oláaaaaaaaaaaaaaaaa!

– Que barulheira é essa? Tem gente aqui que quer descansar!

– Me desculpe senhora, mas a academia não funciona à tarde?

– Não hoje. Vai haver uma apresentação no teatro municipal. Daqui a 30 minutos.

– Obrigado, senhora!

E saiu em disparada pela Rua Ivan Brasil Rodrigues. Acenou e um táxi parou, ele embarcou e recomendou com firmeza ao motorista:

– Teatro Municipal Argemiro Pascoal, por favor!

– Sim senhor!

Em quinze minutos o taxi chegou ao seu destino, Jhony pagou ao motorista e dirigiu-se a bilheteria.

– Uma inteira, por favor.

– Só tem lugar afastado do palco.

– Afastado o quanto?

– Poltrona nº 638, fica na sexta fila, do lado esquerdo.

– Pode ser essa.

Ele pegou o bilhete, entregou-o ao recepcionista, que destacou uma parte devolvendo o canhoto em seguida. Não foi difícil encontrar a poltrona 638, depois de sentado, bem confortável e ansioso, e três minutos depois, as luzes se apagaram e o espetáculo começou. Era dança contemporânea, o nome do espetáculo: “A MARIPOSA E A LAMPARINA”. Os bailarinos estavam muito bem e já na segunda dança ela entrou em cena. Estava linda e deslizava graciosamente como se o palco fosse o céu e ela a mais bela mariposa do mundo. Cinquenta minutos depois o espetáculo terminava, o aplauso foi geral, as palmas parecia não ter fim. Ana Paula sorria radiante juntamente com seus companheiros. Jhony se dirigiu aos camarins e aguardou do lado de fora até ela sair.

– Você estava perfeita!

– Obrigada! Ei, você não é o rapaz do outro dia?

– Exatamente, aquele que você caiu em cima.

– Como soube que eu estaria aqui?

– Não sabia vim prestigiar o espetáculo e para minha surpresa vi você. Que não dançava mas deslizava em cena com graça e perfeição.

– Desse jeito eu fico encabulada.

– O que vai fazer agora?

– Vou para casa.

– Que tal comemorarmos o sucesso do espetáculo com um piquenique?

– Parece ótimo.

– Eu conheço um lugar que é lindo. Deixo você em casa, preparo tudo e te pego às 16h30min está bem?

– Está.

Ele deixou-a em casa e duas horas depois estava caminhando pelo parque da cidade.

– Então como você se interessou pela dança?

– Eu sentia que faltava alguma coisa em minha vida, mas eu não sabia o que era então uma amiga me convidou para assistir uma apresentação no SESC. Gostei tanto que me matriculei no outro dia. Passei três anos lá, quando este ano minha família se mudou para cá, entrei no espetáculo e aqui estou eu.

– Eu percebi que você era diferente no momento que bati o olho em você, ou melhor, que você caiu em cima de mim (riso).

– (riso) Nem me fale.

– Aqui está ótimo, vamos parar.

A grama era verde, o lago estava sereno e refletia o límpido céu. Uma brisa suave parecia cantar por entre as folhas e eles falaram e riram até que o por do sol de repente os deixou paralisados. O Sol agora possuía um degradê do amarelo para o vermelho e o ambiente parecia conspirar para uma cena de romance. Jhony se aproximou mais de Ana Paula e eles ficaram sem dizer nada por algum tempo. Um contemplava o outro ele então deu aquela aproximada de noventa porcento em direção aos lábios dela, ela os dez que faltavam e nesta paisagem forjada por deuses, eles se beijaram longamente. E o tempo parou naquele momento. E desse momento de magia surgiu à promessa de que desta vez eles teriam “uma vida perfeita”.