A FLOR DO MARACUJÁ
- CIRANDA -
Terceira parte
Eu nunca vi uma fruta
que fosse tão decantada,
Virou mesmo um disputa
nela, a gente tá vidrada.
Inda tem versos chegando
Muita gente que cantar
E a ciranda vai rolando,
Quem quiser é só entrar...
Claraluna
Malubarni não dispensa a ciranda nem no aniversário dela:
Fiz suco de maracujá
estava tão suculento
que penso em mandar já
para Hull, como alimento.
Claraluna sem sair da roda toma o suco milagroso:
Amiga, que suco bom
Tu me destes neste instante
Para não sair do tom
Do maracujá calmante...
O Poeta JACÓ FILHO entrou na ciranda para encantar:
A flor de maracujá,
Tem beleza exclusiva...
Tem cores de admirar,
Tonalidade explosiva...
É a mais linda do mundo,
Presságio de doce fruto,
Seu perfume é profundo,
E acalma qualquer bruto...
O beija flor se apaixona,
A abelha é sua escrava...
É uma rainha à paisana...
Cuja beleza se espalha...
Claraluna o abençoa em retribuição e canta:
Essa exclusividade
De que fala o Jacó,
É a mais pura verdade
No estilo ela está só.
Além de bela é calmante
E encantar qualquer um,
traz paz para o delirante,
É mesmo um fruto incomum.
Se o beija-flor se apaixona...
Pobre Dalto, meu amigo,
O sono não o abandona,
Pobrezinho, que castigo...
Tera Sá, atravessa o Atlântico e vem cirandar:
Que ciranda mais animada
Eu aqui vim encontrar
Toda airosa e anafada
Como uma cachopa a bailar
Vestida de cores e rendas
como uma flor da paixão
Coradinha de vermelhos
E reflexos de coração
Bela flor de maracujá
De saiinha bem talhada
Que bem que bailas na roda
D'amizade cirandada
Claraluna canta feliz para a poetisa portuguesa:
Bailando nesta ciranda
Uma linda portuguesa
Que com ritmo comanda
A ciranda, que beleza!
Estou muito curiosa
E minha pergunta vem já...
A poetisa garbosa
Conhece maracujá?
Descreveste uma cachopa
Pronta pra dançar o Vira,
É uma linda garota,
Que da roda ninguém tira.
Volnei Rijo Braga oferece um verso aos cirandeiros:
cor que realça a sua beleza.
Que não cansamos de admirar
por ser uma obra da natureza!
Claraluna fica contente com o verso e diz:
Às vezes é roxa e branca
Como esta da imagem,
Sua beleza encanta
Como uma bela mensagem.
Celina Figueiredo volta à ciranda e canta:
Suco de maracujá
Não posso hoje tomar
Senão do lado de cá
Não vejo a festa acabar.
Claraluna agradece feliz:
Não se preocupe, amiga,
Pois a festa continua,
A nossa Malu querida
Chegou dançando da rua...
Fernanda Araújo voltou trazendo novidades:
Fui correndo ao terraço
Para os maracujás pegar
Amarro tudo com um laço
E venho pra cá cirandar.
E enquanto cirandamos
Faço o suco e a torta
De tudo provando vamos
Se engordar: que me importa?
Claraluna sorri e volta a cantar:
Fernanda eu te agradeço,
já estava preocupada,
Pois danço desde o começo
E ainda não comi nada.
Maracujá não engorda
mas alegra, com certeza,
Esta ciranda transborda
De animação, que beleza.
O poeta Silvanio Alves voltou pra dizer:
Do maracujá faz-se creme,
doces, picolé e sovertes
e outras delicias,
só para agradar a poetisa Claraluna,
anjo que brilha com luar
na mais doce calmaria
de uma música para dançar!
Claraluna meio ruborizada diz:
Bem lembrado, meu amigo,
Sorvete é bom pra daná...
Desse fruto, já sabido,
O famoso maracuja.
Meriam Lazaro entrou com novo verso:
todo mundo agitado e prosa
em vez do fruto e da polpa
da flor estão bebendo o chá!
Claraluna fecha a ciranda agradecendo a todos:
Agradeço aos meus amigos
Que vieram cirandar,
Todos foram tão queridos,
Não cansaram de cantar.
Fica o abraço apertado,
Também um aperto de mão,
E um beijinho selado
Bem dentro do coração.
Salete e seus versos bonitos merecem cirandar:
a uma reflexão.
Coroa, pregos, martelo,
no martírio de Jesus;
No roxo, a cor da paixão.
Claraluna agradece a participação da poetisa:
Nunca havia associado
A paixão com esta flor,
Pois já está consagrado
À Quaresmeira do amor.
Mas fica aqui registrado
É mais uma informação,
Que para mim é um achado,
Te agradeço de montão...