Ciranda da noite (espanta mau amor e faz o sono chegar)

Acho que estou muito, muito carente... A noite não passa. Nem eu. Eu quero dormir e o sono pediu que eu esperasse - ele está ocupado com alguma coisa.

Já contei carneiro, inventei estórias, calculei mentalmente raízes quadradas. Gravei minha voz no celular. Ouvi duas vezes cada uma das cinco gravações que fiz. Li Carpinejar. Mandei beijos de boa noite. Reli rimas que são antigas só na data, mas que queimam em mim ainda.

Tudo fica. Mesmo que um pouco. É como o amanhecer e o anoitecer. Mesmo que sem sol ou sem luar, acontece.

Pr'um amor que fica, pr'um amor que insiste, que intriga: faço cantigas de ninar. "Dorme, amor. Dorme. O boi da cara boa é quem 'tá vindo te pegar. Se essa rua fosse minha eu mandava jardinar. O anel que tu me deste era sonho e acordou. Não era amor o que me tinhas, era nada e o gato não comeu como eu pensava, foi o vento quem levou. Vamos todos cirandar. Vamos dar mais uma volta e o nosso amor renovar."

AnaNunes
Enviado por AnaNunes em 19/03/2013
Código do texto: T4197512
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