REI DO BODE
Um antigão assediava um subordinado no quartel. De tanto ouvir piadinhas do seu preparo físico, devido a um desgaste no joelho, o velho soldado o interpelou:
- Major, permissão, vim mostrar ao Sr minha ressonância do joelho. Pode dar um parecer?
- Que porra é essa, tá maluco?
- Achei que o Sr fosse médico.
- Tá de sacanagem. Se retire daqui.
- Me respeite. – Tomou a posição de sentido e continuou. - O Sr não tem moral de falar assim comigo.
- Vou te participar. Será punido.
- Um homem que tem preço não tem valor.
- Saia daqui, senão te prendo.
- Eu saio, mas nunca mais fale assim comigo, pois te conheço.
Algumas horas depois o tenente foi interpelado por um outro Major.
- Rapaz, como você fala assim com ele?
- Desculpe, mas ele fica me soltando piada. Ouvi uma conversa dele um dia, debaixo de minha sala, sei que não tem moral de falar mal de ninguém.
- E o que foi que você ouviu?
- Uma conversa de duas pessoas que pagaram propina ao seu camarada para ser contratado pela administração.
- Que história é essa?
- Sério, ouvi falar que deram um bode e quatro garrafas de whisky para fechar o contrato.
- Isso é grave. Vou perguntar a ele.
Passado uns dias, os majores ainda tomavam suas garrafas de whisky para esquentar suas noites e esquecer seus boletos. Quanto a outra prova do ilícito, virou no espeto e pegou fogo.
Mas essa história rendeu uma célebre frase na repartição que outrora foi do Major: “Onde ganha o pão, não se come o bode.”