VIAGE DE FUSCA

Na mesma pisada da viagem a Aracaju, íamos (pasmem) de fusca. Daqui a Aracaju de fusca é chão irmão, e com cinco pessoas dentro é de lascar. Logo no primeiro posto o bicho abriu o bico e não pegava mais, foi preciso o Aluísio ir la atrás e tirar o filtro de ar, colocar a mão na boca do carburador e fazer a velha chupeta pro combustível chegar. O bicho pegou e fomos embora. Nós tínhamos que pegar o Abreu no Euzébio, ele era taxista e tinha ficado viúvo à pouco tempo, tínhamos que ajudar o companheiro a desopilar e o convidamos. Paramos em uma cidade de Alagoas chamada Pombal para comer bode, e eu fui logo perguntando - Quem nasce em Pombal é o que? Pombalense, Pombadeiro, qualquer coisa assim rsrsr. A mulher falou que tava era bom, pois tinham mudado o nome, antigamente era Pomba Pequena, coisa que concordei imediatamente. Quando chegamos em Aracaju ficamos sabendo que o Abreu não tinha levado dinheiro, pode senhoras e senhores, um cabra viajar e não levar um centavo pra passar quatro dias, em hotel e tudo. Resolvemos pagar só o básico pro famigerado taxista por conta do seu luto. No domingo era a festa de despedida, num local lindo, Iate Club de Maceio, um local lindo, por conta da Labre de lá, com direito a cachaça e caldo de sururu no 0800. Caldo de sururu meu irmão, é muito bom mesmo, mais não é sopa, nem almoço pra ninguém, coisa que não avisaram pro Abreu, que motivado pelo pouco dinheiro que recebeu dos parceiros, tomou varias e varias xícaras do mesmo. Meu irmão, deu um reverteriu na barriga do vei, um piooioiomm da peste, que o mesmo ficou em estado de pena, vazando pelo pito toda hora, a noite toda. Agora imaginem cinco dentro de um fusca, num calor da peste, cheirando a gasolina, e um vei liso com fininha o tempo todo, multiplique por dez, que acharam o resultado da viagem de volta. Pra encurtar a historia teve até briga entre os entregantes do percurso. Soube de tudo depois, pois voltei de avião. Ficaram cinco? É, alguém pegou o meu lugar no fusca, um doido talvez.a