Cumpadi Jurandir, O Justiceiro

Em meio a coberta, Nelson não sabia se era dia ou noite, mas o cantar do galo já denunciava que era dia. Ele logo tratou de se levantar, ir para o lado de fora da casa e escovar seus dentes. Aproveitaria para depois ligar o irrigador das plantas. Era seu grande projeto, uma horta em sua pequena roça.

Com o café da manhã pronto, ligou para seu cumpadi Jurandir, o convidando para tomar café junto com ele. Na mesa de madeira tinha bastantes alimentos: Batata, milho verde, aipim, um bolo e cuscuz. Não faria constrangimento caso o cumpadi Jurandir trouxesse alguns membros de sua família. O cumpadi Jurandir tinha esposa e dois filhos.

Após alguns minutos passados, Nelson ouviu um barulho na porta da frente. Uma porta que ele mesmo fez, porém seus conhecimentos de marcenaria não eram tão grandes. Havia feito apenas as portas de sua casa, a mesa e algumas cadeiras, outras eram plásticas.

Nelson perguntou quem era e confirmando que ser seu cumpadi Jurandir, abriu, logo viu que ele estava acompanhada da esposa.

- Entre cumpadi. Onde estão as crianças ? - Perguntou Nelson, curioso por não ver as crianças.

- Estão com a avó. Vão passar o final de semana lá. Amanhã de lá mesmo vão para a escola.- Respondeu o cumpadi Jurandir. Entrando em seguida.

Sentados na mesa, Nelson pediu para que seu cumpadi e a esposa dele, se servisse e contasse as novidades. Como era um homem de poucas palavras, Jurandir lhe contou uma história, onde mencionava ter prendido três. E que logo daria fim neles.

O café já estava no final, quando a esposa de Jurandir, resolveu contar entre tantas que contou, mais uma história, estava gravida. No principio Jurandir começou a esboçar um descontentamento, que logo foi contornado pela notícia do cumpadi Nelson. O governo estava investindo em irrigação, bastava enviar o projeto para a secretaria, que teria o projeto instalado totalmente grátis.

Entre despedidas, beijos e abraços. Ficou o convite para outro café, agora com as crianças e um presente dado de Nelson para Jurandir. Uma sacola de legumes e verduras, o que deixou o cumpadi Jurandir bastante alegre e agradecido.

Já sozinho em casa, pois Nelson era um homem solteiro e não tinha esposa, começou a ligar para os conhecidos. Dando sempre a mesma conversa.

- O cumpadi Jurandir prendeu três. E vai da fim neles amanhã.

O boato correu por todo o povoado e no dia seguinte metade do povoado se encontrava na frente da casa do Jurandir esperando o fim dos prisioneiros. Mas para grata surpresa de todos, Jurandir saiu com três ratos na gaiola e seu gato na mão, soltando os ratos um por um para que o gato capturasse e os devorasse.

A população que ficara em frente a casa de Jurandir, deram muitas gargalhas, o chamando de CUMAPDI JURANDIR, O JUSTICEIRO!

José Nilton R da S Palma
Enviado por José Nilton R da S Palma em 13/09/2017
Reeditado em 13/09/2017
Código do texto: T6113410
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