O velho jardineiro.

O velho jardineiro.

Existia no meu tempo de infância um senhor bem idoso pele morena cabelos grisalhos e os olhos já azuis de uma velhice que chegara ali.

Seu andar era calmo e jogava um pouco o corpo já meio curvado e suas sandálias já estavam bem gastam.

Todos os meses era uma presença certa na casa de uma vizinha, Dona Matilde. Casada com Sr. Juvenal, o barbeiro do bairro.

Esse senhor chamava-se Sr. Mendonça. Por ter as mãos grandes e os pés bem espalhadas e grandes a criançada, inclusive eu, carinhosamente chamava-o Sr. Mendonça pé de pato mãos de onça. Ele gostava e ria.

Com sua voz calma e serena adorava um copo de café com leite e um pão francês na manteiga, aquilo animava o seu dia. Isso era certo.

Começava cedo o seu trabalho e eu já muito observador percebi que ele sempre começava pelo portão da garagem. Sentava-se e ia arrastando o seu corpo na ânsia vagarosa de arrancar os matinhos que nasceram entre as plantas.

E assim nessa maneira simples de trabalhar e com muito carinho passava o dia inteiro limpando os canteiros e as plantas maiores.

Parava para o almoço e nessa hora depois de comer devagar gostava de contar histórias, sempre sobre as flores e plantas medicinais. Parecia um Curandeiro.

Era assim esse velho jardineiro e todos gostavam do Sr. Mendonça, chamado pé de pato mãos de onça.

No final da tarde ao termino do trabalho recebia o seu dinheiro e guardava em uma sacola onde trazia a sua roupa de trabalho.

Sempre uma calça caqui uma camisa quadriculada e de mangas compridas, podia ser o dia que fosse nunca se viu os seus braços desnudos. Era uma religioso fervoroso e respeitador. Gostava com pureza das crianças que vinham conversar. Dava atenção sem parar o trabalho.

O quintal da Dona Matilde e do Sr. Juvenal ficavam um brinco e todos admiravam.

Hoje essa lembrança me faz escrever esse simples conto de um período na minha vida e de pessoas que acredito seja muito difíceis de existirem.

Onde o Sr. Mendonça, chamado de pé de pato mãos de onça esteja descanse na Paz do Senhor.

Agradeço a ele o meu interesse por cuidar e gostar de plantas.

Prof Erik Saramago
Enviado por Prof Erik Saramago em 24/07/2017
Código do texto: T6063854
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