UM MULHERENGO INCORREGÍVEL

UM MULHERENGO INCORRIGÍVEL

Rogério é um desses exemplares do sexo masculino que só pensa em três coisas na vida: mulher, mulher e mulher.Mulherengo incorrigível. Não se contêm. Não pode ver rabo de saia, que perde a cabeça. E por conta dessa mania não mede consequências de seus atos; volta e meia entra em grandes frias, como esta que passo a narrar.

Mercedes era uma mulata vistosa, nem gorda, nem magra. Não era nenhum monumento, mas nem por isso passava despercebida.

Tereza, mulher de Rogério, precisava de uma empregada. Ainda nos tempos que ter uma doméstica não era coisa de milionário, tempo em que haviam também obrigações e não só direitos. Não havia ainda essa história de parar uma hora para almoço e assinar ponto. Nem contratar contador para dar assistência era necessário.

Por indicação de uma amiga, Tereza contratou Mercedes, que ficou responsável pelas tarefas domésticas, com direito a folgar nos finais de semana.

No começo Rogério até que se controlou e deixou a Mercedes em paz. Logo, porém, começou a prestar mais atenção na secretária do lar e dar corda para seus instintos animalescos e libidinosos.

A carne, como se diz, é fraca; vide o exemplo dos políticos com a JBS.

A tentação foi aumentando, aumentando, até que um dia não teve jeito, os dois se atracaram num beijo e a coisa foi terminar no sofá.

O que Rogério não contava era que sua mulher voltasse mais cedo de uma visita e o flagra foi inevitável. Tereza pegou os dois em situação totalmente desconfortável, para não dizer outra coisa.

- O que é isto? Aliás, que pergunta cretina. Até uma criança de 10 anos saberia o que era aquilo.

Rogério, pelado, subiu na mesa de jantar e deu um urro como se fosse o Tarzan. Bateu os braços e começou a imitar um galo e depois a cantar o hino do Atlético Paranaense. E olha que ele é Coritiba desde menininho.

- Meu Deus! Ele ficou louco, exclamou Tereza. E assim dizendo, correu para chamar o zelador, no intuito de auxiliá-la para conter o amalucado do Rogério.

Chamaram uma ambulância e, com muito trabalho, colocaram o Rogério no veículo, rumo ao Hospital de malucos.

Antes de partir Rogério cochichou no ouvido do zelador:

- Sergio, está tudo bem. Leva umas carteiras de cigarro para mim e diz pra Mercedes que qualquer hora a gente termina aquele papo.

Louco o Rogério não era. Muito menos, burro.