Palhaço triste.

Desde que nasci, por obséquio sou notório, artisticamente falando, sou um palhaço, com mais sentimentos que os de circo. Ver as pessoas sempre rindo, me fez ter uma má impressão da sociedade. Sempre rindo, acreditei serem assim sempre. Não é bem assim. O ser humano, é inseguro, falso as vezes, promíscuo, instável. Crescendo, minha fé foi lentamente diminuindo. A fé de que nem todos são iguais, nem todos são assim. E a cada dia, tentando provar pra mim mesmo isso, vi que criei um público, pelo meu trabalho e jeito de fazer sorrir. Este relato, esta curta história, é narrada por uma alma, que faz um discurso, fora do corpo, que pendurado por uma fina corda se suicidou. Oque o corpo leva da vida junto a alma? Separados, oque fica de legado? O triste sorriso, escorre. A alma não leva nada, somente a culpa. Culpa dos excessos, objetivos, metas frustadas, anos vividos. Vaga recompensa, viver livre, frustrada pelo suicídio.

Rafael Calandrin.