Passear na roça

Fui passear na roça em uma palhoça simples que nem tinha piso no chão. Era uma areia branca e macia que mais parecia ser uma nuvem de algodão. Depois de uma noite bem dormida em uma rede tecida à mão. Macia e cheirosa armada com cordas feita por Rosa do couro do boi patacão. Acordei bem disposto escovei os dentes lavei o rosto era ainda bem cedinho, estava chovendo mansinho não tinha raio e nem trovão. Fui direto a cozinha toma do café que fervia no fogão. Fogão à lenha, daqueles bem grandes, que é forno e fogão. Enquanto eu tomava o café, lá vinha Zezé com bolo e pão. Que tinha acabado de fazer com o sabor do sertão. Sentei ali mesmo na cozinha na beira do fogão esquentando o frio, tomando café, comendo bolo e pão. E Zezé já pensando o que ia fazer para o almoço. Perguntou se eu queria galinha ao molho ou frito de porco... Eu então respondi! Faça os dois que depois eu lhe digo qual dos dois que ficou mais gostoso. Até hoje eu não sei qual dos dois ficou melhor! A galinha ao molho estava uma delicia! O frito de porco... Feito no azeite de coco misturado com linguiça. Depois deu uma preguiça... Aí me chamaram para da uma caminhada pra fazer a digestão. Sai caminhando e apreciando aquele cheiro gostoso de terra molhada com o aroma das plantas do sertão. Subimos em morro, pulamos porteira e tome disposição! Ouvi um barulho de água por detrás de uma mata e segui na direção. Que linda surpresa, era uma bela cachoeira que banhava o baixam. Não precisou nem convite à vontade que tive não esperei nem autorização. Fui para debaixo d’água, lavei minha alma e purifiquei o pulmão. O tempo passou até que chegou a escuridão. Voltamos pra casa Zezé já esperava com pinga e limão. Depois de um trago sentado no terreiro, ouvindo causos... Chegou uma violeira. Bonita e charmosa e contou sua história em verso e em prosa que já teve família e muito dinheiro. Largou tudo que tinha por aquela vidinha de tocar em terreiro. E assim ela ia e vinha conhecendo o sertão inteiro. Se eu tivesse a coragem de largar a cidade e viver sem dinheiro... Juro que um dia! Ainda vou me encontrar com aquela violeira.

José Paraguassú
Enviado por José Paraguassú em 25/05/2016
Reeditado em 18/06/2016
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